sexta-feira, 8 de abril de 2016
Jornalistas devem opinar. Mas também precisam perguntar.
Vejam o vídeo acima.
Está bombando aí pelas redes sociais, com quase 150 mil visualizações.
Mostra intervenções - não perguntas, seja bem dito, mas intervenções - do jornalista José Nêumanne Pinto, um dos editorialistas do jornal O Estado de S.Paulo e comentarista da Rádio Estadão, durante o Roda Viva da última segunda-feira (04).
O vídeo deveria ser assistido por estudantes de jornalismo, sobretudo eles, que precisam estar sempre afiados para perguntar - objetivamente, fundamentadamente, curto e grosso, sem lero-lero, sem rodeios.
E Nêumanne, ressalvada sua vasta experiência e ressalvado seu tom incisivo, não pergunta.
Praticamente não pergunta.
Ele discursa.
Desabafa.
Expõe.
Comenta.
Opina.
Mas não pergunta.
E tanto é assim que o próprio mediador, jornalista Augusto Nunes, diz várias vezes, e audivelmente, "Pergunta".
Não se discutem aqui o mérito das colocações de Nêumanne.
Com algumas delas, o Espaço Aberto, com outras não.
Concorda, por exemplo, que o Supremo é lento demais para julgar e punir delinquentes que se escoram no foro privilegiado.
Mas discorda, por exemplo, quando considera uma involução o julgamento do mensalão, porque todos os réus estão soltos e apenas Zé Dirceu preso, e assim mesmo porque reincidiu.
Mas espera aí: é o Supremo responsável pelo indulto concedido pela presidente da República?
Ou são as leis, nas quais o Supremo deve se estribar, as responsáveis por isso?
Enfim, vejam e julguem vocês mesmos.
Julguem Marco Aurélio Mello e José Nêumanne Pinto.
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4 comentários:
Ele perguntou ao final se era bom ter foro privilegiado. Mesmo que não indagasse nada, já valeu pelo desabafo verdadeiro.
Bravo, José Nêumanne! plac plac plac...
Bemerguy, com certeza essa é uma das funções do bom jornalista: desconfortar os confortáveis. Chamar à responsabilidade quem tem a obrigação de cuidar da República!
Esse é o cara!
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