"O Pará não pode ser somente corredor de exportação’’. Esta foi uma das expressões usadas pelo secretário de Desenvolvimento Econômico Adnan Demachki, em reunião com a Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Hidrovia do Tapajós (ATAP), que mobiliza as empresas responsáveis pelo corredor de exportação que pretende enviar ao exterior 30 milhões de toneladas de soja pelos portos do Tapajós, no Pará. A verticalização será a maior de todas as condicionantes para a concessão da licença ambiental dos portos, assegura Demachki.
“Estamos abrindo o debate com os exportadores, que são muito bem-vindos ao Estado. Queremos contribuir para que eles exportem, mas parte dessa soja precisa ser processada aqui no nosso Estado, gerando óleo e, sobretudo, proteína animal - frangos e suínos, para gerar empregos e riqueza no Estado, que festeja a implantação das Estações de Transbordo de Cargas do Tapajós (ETCs), para que possamos ser um corredor de exportação de soja do Mato Grosso. Mas não somente corredor de exportação. Queremos contribuir com a mobilidade da produção de soja nacional, mas queremos partilhar dessa riqueza. Não podemos festejar colocar esses 30 milhões de toneladas de soja dentro de navios e mandarmos "in natura" essa valiosa matéria-prima. Essa conta não pode ser só nossa”, diz Adnan Demachki, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia.
Uma reunião com empresários ligados à ATAP já está agendada para o próximo dia 12 de abril, em São Paulo, quando o secretário Adnan estará acompanhando o próprio Governador Simão Jatene e explicitarão a eles a proposta do governo para a verticalização de parte dessa matéria-prima.
Ricardo Cerqueira, presidente da ATAP, classifica a posição do secretário como “importante para o Estado, mas como envolve novas receitas para indústrias, estamos agendando com os presidentes das empresas uma reunião para tratar do tema em São Paulo”, disse Cerqueira.
Fundamento
O secretário Adnan Demachki explicou ao presidente da ATAP e empresários ligados à entidade, em reunião na última quarta-feira, 30, na sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em Belém, que o governo está lançando mão de todos os instrumentos para que o Estado seja cada vez menos extrativista e a verticalização é o foco principal da nova legislação de incentivos fiscais do Estado. Além disso, meta do Programa Pará 2030, que redefine os rumos da economia paraense num horizonte de 15 anos.
Demachki cita como exemplo a cadeia de produção do alumínio, onde a empresa Alloys Pará está em fase de licenciamento para implantar unidades fabris à produção de perfis e esquadrias de alumínio e até rodas para bicicletas, motos etc, que gerará centenas de empregos e permitirá o surgimento de outras empresas para adquirir esses produtos e agregar mais valor ao processo.
Na cadeia do ferro, o protocolo assinado entre Governo do Estado, Vale e Cevital foi mais um passo decisivo para a implantação da tão ansiada siderúrgica em Marabá. Uma política de incentivos fiscais está sendo viabilizada, através de decreto, para as indústrias de açaí, para que o Estado deixe de exportar polpa e possa industrializar o fruto no próprio Estado.
É sabido que é no processo de verticalização das cadeias produtivas que se gera os melhores empregos e, automaticamente, as melhores rendas salariais. Demachki observa que cada 1 milhão de toneladas de soja verticalizadas em óleo e suínos e aves gera 7.500 empregos.
‘’Verticalizar é gerar mais emprego e renda no Pará e os melhores empregos estão na segunda e terceira etapa da cadeia, justamente aquela que produz produtos com valor agregado”, reforça o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Adnan Demachki, que articula a política de industrialização dos segmentos econômicos no Pará e age para atrair novos oportunidades de negócios para o solo paraense.
O novo corredor de exportação da soja do Centro-Oeste e do Norte brasileiros permitirá o avanço da capacidade de movimentação do produto nos terminais de região. A estimativa é de que a soja do Mato Grosso ganhe entre US$ 20 e US$ 30 por tonelada no custo logístico se escoado pelo Norte e não pelos portos do Sul-Sudeste do país.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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