Ainda há pouco, depois das primeiras informações sobre a captura e morte do ditador líbio Muamar Kadafi, imagens impressionantes começaram a ser veiculadas pela TV, mostrando crianças líbias comemorando.
Pelo aspecto, não tinham mais de dez anos de idade.
São crianças como essas aí da foto, que fazemo o sinal de "paz e amor".
"Paz e amor" talvez nunca tenham sido perceptíveis a crianças que agora festejam a queda da ditadura.
Provavelmente, nada sabem, nada entendem das injunções políticas que fizeram o país onde nasceram ingressar numa revolução que pôs fim a uma ditadura cruel, selvagem, sangrenta, aterrorizante de mais de 40 anos.
Mas as crianças, também elas, sabem o que é violência.
Devem ter ouvido - e quem sabe se não testemunharam pessoalmente - situações brutais em que pais, tios, primos e amigos mais velhos foram trucidados pelo regime líbio.
Muitas dessas crianças que comemoram provavelmente já perderam pessoas próximas, liquidadas pela barbárie continuada de mais de 40 anos.
E porque sabem o que é violência, essas crianças, as mesmas que comemoram o fim da ditadura líbia, expressam a esperança de que nunca mais a selvageria se instale em seu país.
E tomara que, percebendo a distinção entre a ditadura e a liberdade, se empenhem em construir um país livre de selvagens e bárbaros.
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