O Cerimonial do governo do Estado protagonizou um espetáculo à parte, ontem, no Hangar – Centro de Feiras e Convenções. Foi um espetáculo tão espetaculoso que chegou a provocar risos, inclusive no presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao contrário, a governadora Ana Júlia fechou a cara. Se chegou a esboçar um sorriso, foi aquele sorriso amarelo - ou vermelho, se quiserem -, revelador de puro constrangimento. Ou constrangimentos. Vários.
O mais hilariante do espetáculo – fora do script, convenhamos, mas sempre um espetáculo – foi quando anunciaram a distinta presença, no evento, da “Sra. Darci Lermen”.
Enquanto uns esboçavam aquele sorrisinho vermelho de vergonha e outros tantos estavam à beira da gargalhada, eis que o Cerimonial percebeu que a senhora, em verdade, que ela, a senhora, era ele, Sua Excelência o senhor prefeito de Parauapebas, Darci Lermen. Que é do PT. Vale dizer. Mas a gafe já estava feita. A senhora virou senhor, mas o senhor que fora senhora, ele sim, era o mais constrangido de todos.
Mas tinha mais.
Lá pelas tantas, anunciaram a exibição de um vídeo. Mas o telão estava a uns 20 metros de distância. Até que dava para ver o que era exibido, mas não precisava exagerar tanto na distância.
E tinha mais.
Chegou a hora de anunciarem, para discursar, Sua Excelência o Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio do Brasil, o Primeiro, o Único. Os aplausos das claques – várias e variadíssimas – já estavam engatilhados quando o próprio Lula, ele mesmo, corrigiu:
- Não sou eu [quem vai falar]. É a governadora Ana Júlia.
Palmas para Lula, o novo chefe do Cerimonial do governo do Estado. E o presidente acertou mesmo. Não era a vez dele, mas da governadora.
Tinha mais. Só um pouco mais.
O arcebispo metropolitano de Belém, dom Orani João Tempesta, foi solenemente esquecido pelo Cerimonial do governo do Estado. Cometeram o pecado – venial, vá lá, mas pecado – de convidar Sua Reverendíssima.
Quem convidou o arcebispo foi Sua Excelência o prefeito de Belém, Duciomar Gomes da Costa. A grande dúvida é se o gestor fez o convite para pagar uma parte – uma centésima parte, dizem os maliciosos - de seus pecados. Sabe-se lá. Talvez o Cerimonial do governo do Estado explique.
O problema é que o Cerimonial tem que explicar é o que o próprio Cerimonial fez durante a solenidade no Hangar.
Um espetáculo, como se viu.
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