Ciro Gomes: ele sempre paga o alto preço de suas exasperações |
É mais quem quer saber, e com muita razão, o que Ciro Gomes vai fazer no segundo turno.
Vai de novo pra Paris?
Vai apoiar, ainda que criticamente, Lula?
Vai apoiar Bolsonaro, com quem, muitas vezes, fez tabelinhas nos debates eleitorais para escrachar o candidato do PT?
Vai ficar em silêncio?
Ainda neste domingo (02), logo depois da apuração que apontou Lula e Bolsonaro como os dois contendores do segundo turno, Ciro apareceu para dizer que estava "profundamente preocupado com o que eu estou assistindo acontecer no Brasil".
Disse ainda que vai conversar com o PDT antes de fazer maiores pronunciamentos. "Por isso, eu peço a vocês que me deem mais algumas horas para conversar com os meus amigos, com o meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho para bem servir à nação brasileira", complementou Ciro.
Perfeito. Estamos aguardando.
Mas é o seguinte: Ciro será capaz de anunciar apoio - muito embora aquele chamado apoio crítico, que ninguém sabe exatamente o que é - a Lula, depois de chamá-lo de "chefe de quadrilha"?
Ciro será capaz de anunciar apoio a Bolsonaro, após tê-lo chamado de "nazista filho da p...", de "vagabundo", de "preguiçoso" e de outras coisas?
Sabe-se lá.
Não me lembrou quem foi - provavelmente Tancredo Neves - que ensinava que políticos devem tratar até mesmo seus mais figadais adversários sempre com a cautela de deixar, por minimamente que seja, um fresta aberta para futuras reconciliações.
Não é, infelizmente, o caso de Ciro, que paga o preço de sua exasperações.
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