sexta-feira, 7 de julho de 2017

Sérgio Serra é mais uma vítima do vandalismo que assola o futebol

Acreditem, meus caros: vândalos são vândalos.
Simples assim.
Seja ele remista, bicolor, tricolor, flamenguista, torcedor do Jaguaré, enfim, seja quem for, vândalo é vândalo.
O vandalismo, o ato criminoso mais repulsivo deste ano, no futebol paraense, talvez seja o que deu motivo para a renúncia do presidente do Paysandu, Sérgio Serra, ameaçado por um bandido qualquer - reles, desprezível e vil, como todos os bandidos - quando desfrutava de um momento de lazer com sua família, num lugar público de Belém.
Este blog sempre e sempre se opôs a torcidas organizadas e a fanatismos de qualquer espécie que resultam em coisas como a que aconteceu com Serra.
Pesquisem à vontade, aqui no blog, e vejam várias e contundentes postagens cobrando dos clubes que não admitam e não estimulem torcidas organizadas.
O Espaço Aberto tem condenado frequentemente, há anos, a presença de torcedores em treinos, sobretudo os que comparecem apenas cornetar jogadores e dirigentes. Fazer isso num campo de futebol, na condição de consumidor de um evento, isso sim. Mas na hora em que os atletas estão trabalhando, não.
Enfim, leiam o que a irmã do ex-presidente do Paysandu, a jornalista Cristina Serra, escreveu e que está rolando aí pelas redes sociais.
O desabafo dela oferece a medida exata sobre a quantas pode chegar o vandalismo que se traveste de paixões, como se isso fosse uma atenuante ou mesmo um álibi para condutas criminosas como a que resultou na renúncia do presidente bicolor.
Leiam a seguir:

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"Meu irmão, Sérgio Serra, acaba de renunciar à presidência do Paysandu Sport Clube (time de futebol de Pará), depois de um episódio traumático que nos abalou a todos. No domingo à noite, ele passeava numa praça em Belém com a esposa, Cristina (sim, minha xará), e o filho mais velho, Gustavo, de 14 anos, quando dois homens numa moto se aproximaram. Um deles, com o rosto encoberto pela camisa, encostou o revólver no rosto do meu irmão e disse o seguinte: "Eu já sei onde tu moras. Se o Paysandu descer pra série C, eu acabo contigo, com a tua mulher e com esse teu filho maluco". Detalhe, Gustavo, meu sobrinho, é um adorável adolescente autista, um tesouro que temos em nossa família. 

Abaladíssimo, meu irmão tomou a única decisão possível numa situação como essa, a renúncia. Como muitas outras coisas no Brasil, o futebol (com poucas exceções), pra mim, há tempos virou coisa de bandido. Já está a tal ponto contaminado que não há o que reformar, recuperar, restaurar, tamanha a putrefação. E dou ênfase: tal como outras tantas coisas no Brasil. 

Quando meu irmão informou à família que iria se candidatar à presidência do clube, todos lamentamos. Eu, particularmente, achava um desperdício o Sérgio dedicar o seu talento, sua competência, sua inteligência e seu altruísmo a isso. Mas meu irmão é um idealista, tem um coração de ouro, acredita poder fazer a diferença com seus valores, seu trabalho e sua dedicação. Sou testemunha do quanto trabalhou nestes seis meses, sacrificando o tempo precioso em que poderia estar com a família e sua vida profissional, para se dedicar ao clube que é sua paixão desde a infância. 

Infelizmente, vejo este caso, que me toca tão de perto, como uma metáfora do Brasil de hoje, em que bandidos nos ameaçam, nos amedrontam, nos tiram a crença de que podemos contribuir para a construção de algo melhor, nos tiram a esperança em dias melhores. Pobre Paysandu, pobre Brasil."

3 comentários:

  1. Anônimo7/7/17 08:52

    Futebol, carnaval, política... deveriam acabar

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  2. Anônimo7/7/17 10:00

    Estupidez lamentável! Chega de violência!

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  3. Anônimo7/7/17 18:14

    Tá certo! Não defendendo os vândalos que são vândalos, mas já foi feita denúncia sobre esse fato?? Muito cômodo atribuir a renúncia a uma ameaça física, principalmente que quem relata está do outro lado da floresta. Se esse fato realmente ocorreu como descrito no feicibuqui, que se apure e puna os responsáveis (o que é difícil de acreditar que vá acontecer por que a chacina da Condor já completou um mês e nem um cristão foi indiciado ou apontado como autor desse crime, mas é preciso insistir, vai que a puliça encontre esses motoqueiros. Enfim futebol é paixão, arte e negócio, não necessariamente nessa ordem. Que se apure tudo!
    Cláudio Teixeira

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