quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Jatene arrecada mais que Helder. Os dois saem com dívidas da campanha.



Postagem atualizada às 11h15

As receitas de campanha do governador Simão Jatene, que se reelegeu no último dia 26 de outubro, chegaram a apenas 62,43% do que arrecadou seu adversário, o peemedebista Helder Barbalho, que ainda saiu do pleito com uma dívida de R$ 283.370,93.
Dados oficiais, extraídos do sistema de prestação de contas da Justiça Eleitoral, acessível a qualquer cidadão, mostram que Jatene arrecadou e gastou exatos R$ 7.890.445,48. Helder comprovou receitas de R$ 12.638.851,40 e despesas de R$ 12.922.222,33. Tanto um como o outro gastaram bem menos dos limites de gastos que previram - R$ 18 milhões no caso do tucano e R$ 20 milhões no caso do peemedebista.
Os números se referem apenas à arrecadação quando considerados os candidatos. Quando se considera a arrecadação do Comitê Financeiro Único, Jatene arrecadou R$ 14.969.392,00 e teve despesas de R$ 15.787.396,80, o que resulta numa dívida de campanha de exatos R$ 818.004,80. Helder, pela movimentação de recursos declarada pela Direção Estadual de seu partido, arrecadou menos que o tucano, R$ 11.050.200,00, e teve gastos de R$ 11.049.462,57.
A Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997, art. 29, IV) prevê que todos os candidatos que participaram do segundo turno das eleições, no dia 26 de outubro, devem prestar contas à Justiça Eleitoral até 30 dias após o pleito. O prazo se esgotou nesta terça-feira (25). Aqueles que participaram apenas do primeiro turno tiveram até o dia 4 de novembro para apresentar as contas.
A Construtora Queiroz Galvão, que teve um de seus executivos presos na semana passada, durante a sétima fase da Operação Lava Jato, contribuiu para as campanhas de ambos os candidatos que disputaram o pleito para o governo do Pará. Mas chama a atenção o volume de recursos carreados para um e outro. Jatene (veja na imagem acima) recebeu apenas R$ 4.8975,00 da empreiteira. A campanha de Helder (confira na imagem abaixo), via direção nacional do PMDB, foi beneficiada com R$ 530 mil.
Os grandes doadores da campanha de Jatene foram a Prodent - Assistência Odontológica, que desembolsou R$ 733.100, a Vega Engenharia Ambiental S.A (R$ 424.500,000) e a Braskem S.A., com cerca de R$ 230 mil.
A disparidade que se verifica nas contribuições da Queiroz Galvão também se constata com a Braskem, que destinou nada menos de R$ 1 milhão à campanha de Helder, que teve outros grandes doares, como a Mineração Corumbaense Reunida S.A (R$ 1 milhão), a Construtora Norberto Odebrecht S.A. (R$ 1,2 milhão), a JBS S.A. (R$ 2,1 milhões) e a Construtora Andrade Gutierrez S.A (R$ 500 mil).
Agora, que todos os candidatos já comprovaram receitas e despesas de campanha, a bola está com a Justiça Eleitoral. No caso de contas que vierem a ser rejeitadas, uma cópia do processo será encaminhada ao Ministério Público Eleitoral, que poderá pedir abertura de investigação judicial para apurar o uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou de autoridade.



Um comentário:

Anônimo disse...

Dizia o saudoso ex governador Hélio da Motta Gueiros: "Me engana que eu gosto"!