terça-feira, 18 de novembro de 2014

No Petrolão, a "honestidade" em meio à corrupção

Paulo Roberto Costa: "pendências" foram honradas mesmo depois que ele saiu da Petrobras
Vejam só como é a corrupção no Brasil.
No Brasil, há laivos, sinais, espasmos - digamos assim - de honestidade até na corrupção, ouviram?
Prestem atenção nesse trecho do interrogatório do juiz federal Sergio Moro ao delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.
É impressionante.
Costa diz ao magistrado que quando saiu da Petrobras, em abril de 2012, havia algumas pendências a receber.
Pois todas as propinas prometidas a Paulo Roberto Costa, quando ele trabalhava na Petrobras, foram parar em seus bolsos mesmo depois que ele saiu da estatal.
Leiam:

Juiz Federal: - O senhor mencionou que o senhor deixou a Petrobras em 2012, é isso?
Paulo Roberto Costa: -Em abril de 2012.
Juiz Federal: - Mas o senhor continua a receber valores decorrentes desse, vamos dizer,
esquema?
Paulo Roberto Costa: -É, tinha algumas pendências de recebimento, a partir da minha saída
da Petrobras, a partir de abril de 2012, tinha algumas pendências, e foram feitos alguns
contratos com a empresa minha de consultoria, que eu abri em agosto, esses contratos, agosto
de 2012, esses contratos foram feitos no ano de 2013, e eu recebi algumas pendências ainda
através de contratos, vamos dizer de prestação de serviço, com essas empresas. Sim. A
resposta é sim.
Juiz Federal: - Esses contratos então teriam sido feitos para, vamos dizer, ter uma justificativa
para os repasses à sua empresa e ao senhor?
Paulo Roberto Costa: -Perfeito.
Juiz Federal: - Mas esses valores eram relativos aos valores que lhe eram devidos
anteriormente.
Paulo Roberto Costa: -Perfeitamente.

Hehe.
No Brasil, há laivos, sinais, espasmos - digamos assim - de honestidade até na corrupção, ouviram?

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Para lerem na íntegra a decisão do juiz que autorizou as prisões na última sexta-feira, clique aqui.

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