terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Entidades discutem o tráfico de pessoas
Entidades paraenses reuniram-se ontem para discutir o tráfico de pessoas, que vitimou quase 500 pessoas no Brasil nos últimos seis anos A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), o Ministério Público Estadual, o relator da CPI do Tráfico Humano no Pará, deputado Carlos Bordalo (PT) e o presidente da CPI do Tráfico de Pessoas na Câmara, deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA) participaram da mesa-redonda promovida pela Igreja Anglicana com objetivo de esclarecer a sociedade sobre essa atividade criminosa, que tem como uma das principais rotas de atuação o estado do Pará.
“Hoje o Estado do Pará é um fornecedor dessa atividade que coisifica os seres humanos”, afirmou o deputado Arnaldo Jordy. Segundo informações da CPI nacional, foram descobertas, somente em são Paulo, onze organizações de exploração sexual envolvendo recrutadores paraenses. O tráfico de pessoas com fins para o trabalho análogo à escravidão também tem forte incidências no Estado, até mesmo por causa das grandes obras de hidrelétricas no Pará, ressaltou o parlamentar
Para o promotor Aldir Jorge Viana da Silva, do MPE, existe um pacto perverso de coerção à vítima, devido principalmente a situação de vulnerabilidade financeira e psicológica das pessoas capturadas, por isso o Estado, em suas instâncias formais, tem dificuldade de interferir no combate ao crime.
O deputado Carlos Bordalo ressaltou outras dificuldades em enfrentar o crime, o fato de o mesmo ser considerado como “invisível” aos olhos da sociedade, tanto porque as pessoas não reconhecem a proximidade do crime no seu dia a dia, quanto porque não há denúncias registradas. O relator da CPI paraense revelou que os locais de maior incidência do crime no Pará são: a região do Marajó, principalmente Breves; Vila do Conde, em Barcarena; a região em torno do porto de Bragança; e em Belém, onde a rede de recrutamento costuma agir fortemente nos bairros do Jurunas e da Cremação.
Existem três caminhos para fortalecer o enfrentamento a este crime, apontou o deputado Arnaldo Jordy: “o mais importante é repercutir o tema, esclarecer a sociedade, como faz a Igreja Anglicana nesta iniciativa. Precisamos também aparelhar o Estado, tanto para o enfrentamento ao crime, quanto para assistir às vítimas do tráfico de pessoas. E é necessária a atualização da Legislação Brasileira, inclusive a CPI da Câmara tem trabalhado junto a diversos órgãos para criar uma legislação específica contra o tráfico humano”, finalizou Jordy.
Fonte: Assessoria Parlamentar
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