Por CARLOS BRICKMANN, jornalista
A deputada Jaqueline Roriz continua na Câmara, embora tenha sido filmada recebendo propina. O senador Cyro Nogueira foi fotografado com o empreiteiro Fernando Cavendish, da Delta, em Paris; logo depois se opôs à convocação de Cavendish pela CPI do Cachoeira. Continua no Senado. Inocêncio Oliveira, que cavou poços em suas fazendas com máquinas do Governo, continua na Câmara.
Denise Leitão Rocha, a assessora do senador Cyro Nogueira que foi filmada fazendo sexo, foi demitida. Denise Rocha é solteira, transou com um rapaz solteiro, ninguém tem nada com isso; é maior de idade; o lugar em que ocorreu a cena definitivamente não é um prédio público. Parlamentar corrupto pode; roubar dinheiro público pode; mas escolher um parceiro sexual de sua preferência, sem qualquer envolvimento do Tesouro, isso parece que não pode. Rua, pois.
Denise Rocha é advogada e tem como lutar não apenas por seus direitos, mas também contra quem divulgou o vídeo sem seu consentimento. Parece que portais especializados no tema andaram vendendo ou alugando as imagens, o que é crime. E o senador Cyro Nogueira que nos perdoe, mas sua declaração é um horror: "É uma situação complicada, não vejo condições de ela desempenhar o trabalho dela depois disso. Porque ela trabalha nas comissões, não é dentro do gabinete".
Traduzindo, os outros não podem vê-la, mas ele poderia.
O rapaz do vídeo parece um assessor do senador Sérgio Petecão, mas diz que foi confundido. Por que não o investigam também? Discriminação de gênero?
3 comentários:
Bom dia, caro Paulo:
o articulista conclui bem: discriminação de genêro. Acrescento: cinismo, hipocrisia, dsfaçatez, desrespeito, atestado de estupidez para qualquer um de nós. Sujeiras parlamentares são menos vergonhosas do que sexo limpo.
Abração, Paulo.
Bobagem, a questão não é o sexo, ou discriminação de "gênero", mas o decoro (embora isso não seja muito prezado pelos nossos parlamentares, hehe). As aparências da instituição, ao menos, devem ser preservadas.
Com esse cartel de deputados e senadores que perfilam por Brasília, a moça merecia um tribunal do perdão. Mas o machismo não deixa.
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