Seleção da Argentina deixa o gramado após ser barrada pela Anvisa: em vez de um clássico continental, um vexame. Também de dimensões continentais. |
Quem postou-se há pouco diante de um aparelho de TV para assistir à partida Brasil x Argentina, pelas Eliminatórias da Copa, assistiu a um vexame e chegou a uma triste conclusão: no Brasil, até quando se tenta cumprir uma regra, uma lei, uma norma, seja o que for, disso pode resultar a bagunça, a confusão, o inexplicável e o injustificável.
A questão - para quem não assistiu ao vexame porque não se liga em futebol - é simples: portaria da Anvisa determina que qualquer pessoa que chegue ao Brasil, tendo passado pelo Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte ou Índia, precisa observar uma quarentena. Se não concordar com isso, será deportado para o país de origem.
Pronto. Essa é a regra.
O que aconteceu com o elenco da Argentina? Quatro jogadores que estavam no Reino Unido, porque moram lá, chegaram com a delegação. Deveriam, portanto, ser sumariamente deportados ao ingressar no País. A Anvisa alega, no entanto, que eles falsificaram informações, por isso foram admitidos no País.
A Argentina encontra-se no País desde sexta-feira. A Anvisa, certamente, sabia do caso desses quatro jogadores, que, apesar de tudo, permaneceram no País e chegaram até a treinar. Mas, acreditem, apenas na hora, bem na hora do jogo é que a Anvisa entrou em campo, literalmente, para avisar que a partida não poderia continuar.
O jogo começara havia apenas quatro minutos, quando representantes da Anvisa, escoltados por agentes da Polícia Federal, entraram no gramado da arena do Corinthians e comunicaram que os quatro jogadores não poderiam estar ali.
Resultado: a Argentina se retirou de campo, a Conmebol anunciou o cancelamento da partida e agora resta à Fifa decidir sobre as consequências - se todos os envolvidos neste vexame serão punidos ou se todos serão premiados.
Por que a Anvisa não adotou providências na sexta, no sábado ou até hoje de manhã, se já estava configurada uma irregularidade flagrante, qual seja, a permanência dos quatro jogadores em território nacional?
A Anvisa fez a coisa certa ao barrar a partida?
Fez?
Mas por que resolveu fazê-lo em meio a um vexame, deixando a partida começar para barrá-la?
É porque, no Brasil, até para se cumprir uma regra, uma lei, uma norma, seja o que for, disso pode resultar a bagunça, a confusão, o inexplicável e o injustificável.
Que horror!
Um comentário:
Ontem teve um programa da Globolixo chamado Bem Amigos, duas horas de programa, tudo esclarecido a Anvisa teve razão no fato.
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