Boris Johnson, o primeiro-ministro da
Inglaterra, é uma espécie de Bolsonaro da terra da Rainha.
Os dois são muito, mas muito parecidos.
Com três diferenças, porém: Johnson é
inteligente (apesar de amalucado), tem experiência na vida pública e às vezes,
muito raramente, é lúcido.
Mas a experiência do Johnson como
primeiro-ministro britânico, convenhamos, é uma tragédia.
Um irmão dele, só pra vocês terem ideia, abandou
o governo poucos dias depois após ser indicado ministro.
A decisão do primeiro-ministro de suspender o
funcionamento do Parlamento, como parte de sua estratégia para concluir um
Brexit sem acordo até 31 de outubro, retrata pura e genuinamente Boris Johnson –
desta vez, muito provavelmente, sem uso da tarja preta.
Não espanta, assim, que a Suprema
Corte do Reino Unido tenha decidido nesta terça-feira (24), por
unanimidade, que a suspensão do Parlamento foi francamente
ilegal.
O veredicto para o caso constitucional mais
importante em décadas julgado no país é uma derrota estrondosa para o premier
conservador.
Nesta quarta-feira (25), o parlamento volta a
funcionar.
E os deputados, furiosos, vão acertar as contas
com o Bolsonaro deles.
Cara a cara.
Olho no olho.
Como convém nas democracias.
E nada indica que Boris Johnson, ele mesmo,
consiga sustentar-se no cargo.
E ninguém duvide se o primeiro-ministro, ele
sim, ser obrigado a deixar o cargo antes de 31 de outubro.
A
conferir.
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