quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Boris Johnson, o Bolsonaro da terra da Rainha, personifica uma tragédia. É a cara do vexame.

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Boris Johnson, o primeiro-ministro da Inglaterra, é uma espécie de Bolsonaro da terra da Rainha.
Os dois são muito, mas muito parecidos.
Com três diferenças, porém: Johnson é inteligente (apesar de amalucado), tem experiência na vida pública e às vezes, muito raramente, é lúcido.
Mas a experiência do Johnson como primeiro-ministro britânico, convenhamos, é uma tragédia.
Um irmão dele, só pra vocês terem ideia, abandou o governo poucos dias depois após ser indicado ministro.
A decisão do primeiro-ministro de suspender o funcionamento do Parlamento, como parte de sua estratégia para concluir um Brexit sem acordo até 31 de outubro, retrata pura e genuinamente Boris Johnson – desta vez, muito provavelmente, sem uso da tarja preta.
Não espanta, assim, que a Suprema Corte do Reino Unido tenha decidido nesta terça-feira (24), por unanimidade, que a suspensão do Parlamento foi francamente ilegal.
O veredicto para o caso constitucional mais importante em décadas julgado no país é uma derrota estrondosa para o premier conservador.
Nesta quarta-feira (25), o parlamento volta a funcionar.
E os deputados, furiosos, vão acertar as contas com o Bolsonaro deles.
Cara a cara.
Olho no olho.
Como convém nas democracias.
E nada indica que Boris Johnson, ele mesmo, consiga sustentar-se no cargo.
E ninguém duvide se o primeiro-ministro, ele sim, ser obrigado a deixar o cargo antes de 31 de outubro.
A conferir.

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