Alvíssaras!
Se tivesse um pianinho no Planalto ou no
Alvorada, Bolsonaro deveria sentar-se nele, deixar-se fotografar e divulgar a
imagem para o mundo todo.
Porque, sim, Bolsonaro está pianinho.
Está manso, manso, manso.
Depois de assustar o mundo com deboches, com
mentiras e ilações amalucadas sobre as queimadas que devastam a Amazônia e
tiveram um aumento exponencial e aterrorizante em seus oito meses de governo,
Bolsonaro confronta-se não apenas com a repulsa do mundo inteiro.
Ele também se confronta com a autoridade de
líderes mundiais, sobretudo os do G7, que chamaram para si a responsabilidade
de discutir concretamente uma situação emergencial que impacta todo o planeta.
Confrontado com essa repulsa planetária,
Bolsonaro, enfim, resolveu trabalhar, coisa que tem feito pouco, muito pouco
nos últimos oito meses, a menos que expelir bobagens todo dia, o dia inteiro,
seja considerada a principal função de um presidente da República.
E não. Essa não é uma postura que se espera do
presidente de um país como o Brasil, que, apesar dos pesares, vinha honrando
compromissos e se empenhando em controlar a devastação na Amazônia.
Mas eis que Bolsonaro pintou no pedaço. E com
ele, um discurso tresloucado, alicerçado em ilusões ideológicas extremadas e
tendentes a considerar que a preservação ambiental é coisa de esquerdistas,
vagabundos e ongueiros interessados
apenas em locupletar-se (inclusive à custa das verbas públicas que milhares de
ONGs recebem).
Pois deu no que deu.
Bolsonaro, como já se disse, virou a razão dessa
crise. Ele
é o nome e sobrenome dessa crise que desacredita o Brasil no concerto das
Nações. Porque adota posturas irresponsáveis e descomprometidas com a
racionalidade, afogando-se nessa paranoia de achar que os defensores do meio
ambiente e os que cobram ações urgentes contra as queimadas estariam, em
verdade, pugnando pela queda do governo dele, Bolsonaro.
Isso é uma loucura. Uma completa loucura.
O que Bolsonaro tem de fazer são duas coisas.
A primeira, ele já começou a fazer sob pressão:
trabalhar concretamente, convocando inclusive as forças armadas e buscando
parcerias com os governos estaduais para combater o avanço do fogaréu.
A segunda, remontar os aparelhos fiscalizatórios
que ele está desmontando, inclusive os encarregados de combater a devastação
florestal em todas as regiões, e não apenas na Amazônia.
No mais, gente, é Bolsonaro, agora pianinho depois
das pressões internacionais, trabalhar menos e não falar.
Sim, o presidente deveria fazer uma espécie de detox verbal.
Pelo bem do Brasil.
Simples
assim.
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