terça-feira, 3 de abril de 2012

Demóstenes Torres pede desfiliação do DEM

Do G1

O senador Demóstenes Torres (GO) redigiu carta com pedido de desfiliação partidária do DEM e encaminhou o documento ao partido, segundo a assessoria de imprensa do presidente da legenda, senador Agripino Maia (RN). A carta deve ser divulgada nos próximos minutos, disse a assessoria.
A decisão foi tomada após o DEM anunciar a abertura de um processo disciplinar para apurar o envolvimento do senador com Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em fevereiro sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás. Segundo gravações da Polícia Federal, o senador teria usado o mandato para favorecer o bicheiro.
Com o pedido de desfiliação, o processo disciplinar que poderia resultar na expulsão do senador do partido perde o sentido.  Antes de anunciar o processo, o DEM havia cobrado explicações de Demóstenes. O partido queria que ele apresentasse justificativas ou fizesse um pronunciamento na tribuna do Senado. Mas o senador argumentou que precisa de mais tempo para analisar o inquérito ao qual responderá no Supremo Tribunal Federal.
03/04/2012 11h59 - Atualizado em 03/04/2012 12h08

Senador Demóstenes Torres pede desfiliação do DEM

Senador do DEM de Goiás seria alvo de processo disciplinar no partido.
Demóstenes Torres é acusado de envolvimento com bicheiro preso pela PF.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
O senador Demóstenes Torres (GO) redigiu carta com pedido de desfiliação partidária do DEM e encaminhou o documento ao partido, segundo a assessoria de imprensa do presidente da legenda, senador Agripino Maia (RN). A carta deve ser divulgada nos próximos minutos, disse a assessoria.
A decisão foi tomada após o DEM anunciar a abertura de um processo disciplinar para apurar o envolvimento do senador com Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em fevereiro sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás. Segundo gravações da Polícia Federal, o senador teria usado o mandato para favorecer o bicheiro.
Com o pedido de desfiliação, o processo disciplinar que poderia resultar na expulsão do senador do partido perde o sentido.  Antes de anunciar o processo, o DEM havia cobrado explicações de Demóstenes. O partido queria que ele apresentasse justificativas ou fizesse um pronunciamento na tribuna do Senado. Mas o senador argumentou que precisa de mais tempo para analisar o inquérito ao qual responderá no Supremo Tribunal Federal.
"Não houve uma definição do Demóstenes sobre o prazo [em que apresentaria explicações]. Não houve uma defesa contundente nem o uso da tribuna", declarou o presidente do DEM ao justificar a medida de abertura de processo.
Na segunda, o presidente do DEM havia afirmado que, para o partido, a conduta ética "é sagrada". "O Demóstenes é uma figura estimada. É uma decepção. Nós todos lamentamos", afirmou.
Agripino Maia concedeu entrevista na noite desta segunda depois de uma reunião na casa dele, em Brasília, da qual também participaram o líder do partido na Câmara, deputado ACM Neto (BA), o presidente do DEM em Goiás, deputado Ronaldo Caiado, e o vice-presidente do partido no estado, o vice-governador goiano José Eliton.
Ao deixar a casa de Agripino Maia, o deputado ACM Neto afirmou que o "clima" no partido é "ruim". "O partido está perplexo com o Demóstenes", declarou.
Carta
Ainda na noite desta segunda, Agripino divulgou carta destinada a Demóstenes em que justificava a abertura do processo disciplinar. A mensagem falava em "destacados indícios de envolvimento de vossa excelência [Demóstenes] com o notório contraventor 'Carlinhos Cachoeira'" e diz que houve "desvio reiterado do programa partidário, principalmente no que diz respeito à ética".

Após dizer que o partido não admite "tais condutas", o texto diz que "é inevitável a instauração do pertinente processo ético disciplinar para o fim de promover a aplicação da sanção prevista no Estatuto, qual seja a expulsão do partido".
A carta foi entregue na casa de Demóstenes no fim da noite pelo advogado do DEM Fabiano Medeiros. Segundo ele, Demóstenes foi "cordial" ao assinar o recebimento.

Conselho de ÉticaNo próximo dia 10, o Conselho de Ética do Senado escolherá um novo presidente. Após a escolha, o conselho deverá analisar o pedido do PSOL de investigação de Demóstenes por suposta quebra de decoro parlamentar.
A investigação do Conselho de Ética poderá resultar - depois de análise do relatório do conselho pelo plenário - na cassação do mandato de Demóstenes Torres.
O presidente interino do conselho é um senador do DEM, Jayme Campos (MT). Mas Agripino Maia afirmou que, mesmo que venha a ser escolhido, Campos não presidirá o conselho porque, segundo o presidente do DEM, se declarou impedido.

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