Cerca de 800 trabalhadores lotaram ontem a tenda "Mundo do Trabalho", instalada dentro da Universidade Federal do Pará, um dos territórios do Fórum Social Mundial, para discutir questões voltadas ao interesse dos trabalhadores. Na programação de abertura do local, lideranças sindicais nacionais e internacionais debateram a crise econômica financeira e defenderam a união de trabalhadores para evitar que aconteçam novas demissões e perdas de postos de trabalho.
O evento de abertura contou com a presença do ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência da República, e dirigentes nacionais da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), alem de representantes da Confederação Nacional das Américas.
Em todos os discursos dos dirigentes sindicais foi pregada a união da categoria para enfrentar a crise, que segundo o presidente da UGT, Ricardo Patah, não é trabalhista, e sim, econômica financeira. "Não podemos permitir que a chantagem do empresariado rasgue os nossos direitos trabalhistas", disse, conclamando os trabalhadores a se manterem unidos para resguardar os seus direitos.
Com um discurso na mesma linha, o presidente da CUT, Artur Henrique, falou da importância da forças sindicais se unirem para enfrentar a crise internacional e rediscutir um novo modelo de produção. Para ele, os empresários estão se aproveitando da crise para reduzir salários, com os trabalhadores precisando se unir em defesa do emprego e da renda. "As centrais unidas jamais seremos vencidos", reforçou Paulo Pereira, da Força Sindical.
O ministro Luiz Dulci parabenizou o movimento sindical por fazer alianças com os movimentos sociais e destacou que essa união representa um avanço surpreendente às partes porque são causas comuns. Sobre a crise econômica, ele levou uma mensagem de otimismo, afirmando que a posição do governo federal é de não apoiar qualquer tipo de recessão porque é preciso que o país continue crescendo. "A recessão não pode ser aceita pelos movimentos sociais", disse, defendendo que a hora é de avançar nas mudanças sociais e aumentar os investimentos do governo nos programas sociais para combater a crise. Na agricultura familiar, exemplificou, os investimentos saltaram de R$ 2,5 bilhões para 13 bilhões, garantindo que o objetivo agora não é reduzir recursos, mas sim amplia-los. "Os programas sociais são justos porque melhoram a vida dos pobres e ajudam a economia crescer", ressaltou, pedindo que as empresas não demitam e aguardem os efeitos das já tomadas pelo presidente Lula para combater a crise.
Sindicalismo na Amazônia – Hoje, a programação na tenda do "Mundo do Trabalho" prossegue com palestra, às 9 horas, sobre Sindicalismo e Direitos Humanos na Amazônia, proferida pelo chefe do Ministério Público do Trabalho do Pará, José Cláudio Filho. No dia, 30, às 14 horas, será realizada um mesa de diálogos em que o palestrante será o reitor da Universidade Federal do Pará, Alex Fiúza de Melo, que falará sobre Desenvolvimento, Sustentabilidade e o papel da Educação. Haverá também palestra sobre "Educação Ambiental em escolas de uma cidade amazônica".
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