No Blog do Noblat, sob o título  acima:
O que deu em Celso Amorim, nosso experiente e amável ministro das  Relações Exteriores?
Há pouco mais de 10 dias, em meio às negociações da Rodada de Doha, em  Genebra, ele citou uma máxima do chefe da propaganda nazista Joseph Goebbels  para criticar a resistência dos países ricos em fazer concessões comerciais aos  países mais pobres.
A máxima: "Uma mentira repetida muitas vezes se torna  verdade".
Foi uma tremenda gafe. A negociadora americana, Susan Schwab, é  descendente de sobreviventes do extermínio de seis milhões de judeus durante a  2a. Guerra Mundial. Amorim foi obrigado a pedir desculpas  públicas.
Reagiu depois com irritação quando soube que seu colega Reinhold  Stephanes, ministro da Agricultura, antecipara que a Rodada de Doha não serviria  para nada - como de fato não serviu. Fracassou. Na ocasião disse  Amorim:
- Se ele [Stephanes] realmente pensa isso, então deve achar que estou me  divertindo aqui.
Achar que Doha fracassaria não significa que Stephanes imaginava que  Amorim se divertia em Genebra. Feijoada com paio, por exemplo, nada tem a ver  com Cid Sampaio, ex-governador de Pernambuco.
Vocês lembram de Lula ter dito que telefonava para Bush quando acordava  invocado?
Para falar a verdade, não lembro se ele disse que sempre telefonava para  Bush quando acordava invocado ou se apenas uma vez ao acordar invocado  telefonara para Bush.
Amorim não tem essa intimidade nem mesmo com a secretária de Estado dos  Estados Unidos, Condoleezza Rice. Pois muito bem: melhor  assim.
Já pensou se ele tivesse passado a mão no telefone e dito ontem para Rice  o que disse para jornalistas durante entrevista coletiva? Com todos os sintomas  de um homem invocado, Amorim disparou:
- Deus queira que não seja preciso outro 11 de  Setembro.
Foi assim que "mediu as chances de a Rodada de Doha ser concluída este  ano ou rapidamente: só acontecendo algo da proporção dos ataques terroristas  para fazer a mais alta esfera política mundial se mover em direção a um acordo",  segundo 
Como se não bastasse, Amorim ainda arriscou:
- De repente, uma crise alimentar mais forte pode até... Nós não  desejamos isso!
Não, é claro que não.
Ninguém deseja um novo 11 de Setembro nem uma crise alimentar mais forte.  Por isso Amorim estava dispensado de testar cenários tão  catastófricos.
O fato é que o governo Lula se deu mal, muito mal em Genebra. Largou de  mão seus parceiros do Mercosul em troca de pífias vantagens comerciais que o  governo dos Estados Unidos lhe oferecera. Saiu de Genebra sem nada e preocupado  em acalmar parceiros que se sentiram traídos.
Amorim merece tirar umas férias. Merece ou não  merece?
 
 
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