quarta-feira, 30 de julho de 2008

Criança de 5 anos leva tiro na cabeça


No AMAZÔNIA:

Uma menina de apenas 5 anos foi baleada na cabeça no início da noite de ontem em uma área de fronteira entre os bairros da Cremação e Condor, em Belém. Adrielly Layanne Pereira Martins havia saído para comprar bombons do outro lado da rua quando foi alvejada durante um confronto, resultado da rixa entre bandidos do local. Alan Cleber Teles, de 25 anos, o 'Capiaço', atirador confesso, acabou preso após cerco policial. A menina estava em estado gravíssimo e foi transferida do Pronto-Socorro do Guamá para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua.
O tiroteio ocorreu por volta das 19 horas de ontem, próximo ao canal da passagem 21 de Abril, entre as travessas 3 de Maio e 9 de Janeiro. Testemunhas contaram que um bandido local conhecido como 'Sik' e 'Capiaço' teria protagonizado uma cena de faroeste ao sacar duas armas e se dirigir para a ponte sobre o canal da passagem 21 de Abril, na qual estavam pelo menos cinco homens, que seriam traficantes da área. Vários tiros foram disparados por 'Capiaço' em direção ao bando, mas uma das balas acabou atingindo a cabeça da pequena Adrielly, que atravessava a rua na companhia de uma prima, de 4 anos, para comprar bombons em uma mercearia. Vizinhos socorreram a criança em uma moto e a levaram para o PSM do Guamá.
Policiais Militares chegaram ao local poucos momentos depois e começaram o cerco em busca do acusado. Revoltados pelo fato de uma inocente e, ainda por cima, uma criança ter sido alvo dos tiros, os moradores do local que sempre ficam calados diante da violência que atinge a passagem 21 de Abril, decidiram falar. Várias pessoas contaram aos policiais que o atirador era 'Sik', também conhecido por 'Capiaço'.
Várias viaturas da 4ª, da 11ª Zpol, além de motos da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) cercaram a travessa 9 de Janeiro, entre a passagem 21 de abril e a travessa Padre Eutíquio em busca do acusado.
O cabo PM Jerson, da primeira viatura a chegar ao local, contou que polícia foi informada de que Alan estava escondido no local e que estava armado. O trabalho da polícia era acompanhado de perto por dezenas de pessoas. Pouco depois das 20 horas houve uma correria e ameaça de que o acusado tentaria fugir atirando.
Os policiais conseguiram prender Alan e apreender um revólver calibre 38, usado no tiroteio. Houve novo clima de tensão, pois a população queria atacar a polícia para linchar o acusado e fazer justiça com as próprias mãos. A polícia ainda investigava se havia uma segunda arma, provavelmente uma pistola.
'Capiaço' disse que atirou em rivais. Não pretendia acertar garota.
Alan Cleber Teles foi escoltado sob forte policiamento até a Seccional da Cremação. Ele confessou estar armado e ter efetuado os disparos, mas alegou que não tinha a intenção de atingir a menina. 'Capiaço' disse que atirou contra um bando de traficantes que ficam na ponte e que teriam uma rixa com ele. 'Eles (os traficantes) ficam ameaçando me pegar e eu atirei primeiro', contou.
O atirador confesso disse que mora às proximidades e que viu quando o bando que o ameaça estava na ponte da 21 de Abril, traficando drogas. Ele disse que se armou de um revólver comprado há alguns dias e partiu para cima do bando 'mandando bala'. Alan disse não contava que um dos tiros ia atingir exatamente uma menina que passeava tranqüilamente, na simples ação de atravessar a rua para comprar bombons.
Vizinhos do acusado que não quiseram se identificar contaram que Alan constantemente sai armado e dispara a esmo para se mostrar aos bandidos da área e sempre se esconde na casa de uma policial.
Ontem, na ação, testemunhas revelaram à PM que Alan estaria escondido novamente na casa de uma policial civil. Essas mesmas informações chegaram ao plantão da Seccional da Cremação. A Polícia Civil da Cremação não confirmou o envolvimento de uma policial da corporação na proteção do acusado, mas fontes ligadas à polícia confirmam que ainda ontem a Corregedoria de Polícia foi acionada para investigar a servidora.

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