quinta-feira, 31 de julho de 2008

Médico é preso acusado de desviar órgãos

Na FOLHA DE S.PAULO:

O médico Joaquim Ribeiro Filho, professor da UFRJ e ex-chefe da Rio Transplantes (hoje Central Estadual de Transplantes), foi preso ontem pela Polícia Federal sob a acusação de manipular a lista de transplantes de fígado no Rio e desviar órgãos para fazer cirurgias em clínicas particulares, ao custo de até R$ 250 mil cada.
O Ministério Público Federal encaminhou à Justiça denúncia por peculato (crime de desvio de recursos ou bens por funcionário público).
Ele e quatro médicos de sua equipe foram denunciados após a PF dizer ter "comprovado" a ocorrência de ao menos dois transplantes com fraude, além de uma tentativa impedida antes da cirurgia. Os cinco foram afastados pela Justiça e estão proibidos de fazer transplantes. A PF não indiciou os pacientes que pagaram para furar a fila por julgar que estavam em "estado de necessidade".
Ribeiro Filho chefiou a central de 2003 a janeiro de 2007, durante a gestão Rosinha Matheus (2003-2006), e um mês na gestão Sérgio Cabral.
Um dos casos de fraude apontados foi o de Carlos Augusto Arraes de Alencar, filho do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes (1916-2005). Outro, de Frederico Sattelmayer Júnior, foi impedido pela central de transplantes, quando Ribeiro Filho já tinha deixado a direção do órgão.
Para burlar a fila, Ribeiro Filho agia de duas formas, disse o procurador Marcello Miller, autor da denúncia. Uma das táticas era dar falso atestado de que um órgão era inadequado ("marginal", na linguagem técnica) para o transplante.
Dessa forma, a equipe dele liberava o órgão para um paciente que "assumisse o risco" de usá-lo, pagando pela cirurgia em uma clínica particular. "Quando ele foi coordenador da central de transplantes, adotou entendimento de que o órgão "marginal" podia ser destinado pela sua própria equipe [para outro paciente], e isso não existe", disse o procurador.
Outra forma de fraude, segundo Miller, era monitorar os fígados que chegavam ao Rio e dizer aos funcionários da central de transplantes que levaria o órgão para o primeiro da fila. "Ele induzia a central a acreditar que estava pedindo o órgão na qualidade de chefe do hospital da UFRJ para um paciente que era o primeiro da lista", afirmou o procurador.
A equipe de Ribeiro Filho na UFRJ é a mais experiente em transplantes de fígado no Estado -que só conta com mais dois times, no hospital de Bonsucesso, federal, e no hospital São José do Avaí, em Itaperuna, norte do Estado.
Em nota, o Ministério da Saúde disse ontem ter determinado que todos os transplantes de fígado no Rio passem ao hospital de Bonsucesso.

Mais aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vergonhosa esta perseguição ao Professor Joaquim .Gostaria de saber se o Sr. Sergio Cortês resistiria a uma breve investigação fiscal.
É fácil:basta ir à Angra dos Reis.É só perguntar ao primeiro pedestre.Todos sabem qual é a sua casa.
Claro,ele comprou esta propriedade com o salário que perceu ao longo de sua vida.
Nada mais justo do que usufruir um pouco.O operoso secretário precisa de descanso.