Na FOLHA DE S.PAULO:
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse ontem que as informações reveladas sobre gastos presidenciais de Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso não são um dossiê, mas sim um "banco de dados" e lançou o desafio: "Provem que não é um banco de dados, provem.
Não fiquem assacando contra nada". Dilma também afirmou que a imprensa deveria revelar quem vazou os dados relativos ao ex-presidente tucano.
"Afirmamos que é um banco de dados e que a quantidade de informações que tem um banco de dados é 20 mil vezes maior do que um dossiê e são essas informações que estão armazenadas na Casa Civil, seja para fornecer para a Comissão Parlamentar de Inquérito, se for pedido e se for decidido sob a responsabilidade de sigilo da CPI, seja para informar o Tribunal de Contas da União", disse a ministra, em entrevista em Delmiro Gouveia (AL).
A Folha publicou ontem reportagem em que afirma que a ordem para que fosse montado um dossiê com os gastos pessoais de FHC e sua família partiu da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra. "Não há nesta publicação que saiu na Folha de S.Paulo nenhum dado novo em relação ao que tinha saído na "Veja". Há uma afirmação por parte do jornal que nós fizemos um dossiê. Nós insistimos que não foi um dossiê", disse ela.
"É óbvio que a parte administrativa da Casa Civil é dirigida pela doutora Erenice. O que a doutora Erenice falou na matéria [da Folha] é a mesma coisa que estamos falando desde a "Veja': nós fizemos um banco de dados", afirmou Dilma.
Pela manhã, em Recife, antes de ir a Alagoas, ela disse: "Não investigamos o governo passado. Reiteramos que não foi feito um dossiê. Não é possível. Não é possível, eu tenho certeza". Afirmou ainda: "Não acho que a Folha e a "Veja" montaram isso [dossiê]. Outros fizeram este trabalho e vocês [da imprensa] estão divulgando".
Mais tarde, em Alagoas, a ministra disse que a imprensa deveria revelar quem vazou os dados relativos ao ex-presidente FHC. "Se estão interessados em apurar mais profundamente este episódio, seria oportuno que aqueles que divulgaram informações que constam de um banco de dados da Casa Civil viessem à público e assumissem. Quem recebeu aquele conjunto de documentos, aquelas páginas, teria de nos avisar quem é que está divulgando estas informações."
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