Na FOLHA DE S.PAULO:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou ontem a oposição e disse que seus adversários "destilam ódio" contra ele, ao falar da necessidade de adotar uma política de alianças.
"É preciso lembrar que o PT só tem 14 senadores, e o Senado tem 81. Para aprovar qualquer coisa eu preciso ter, no mínimo, 41 senadores. E estão lá os nossos amigos do PSDB, que em um primeiro momento trabalharam de forma civilizada. Estão lá os nossos amigos do DEM, que tiveram tanta vergonha que mudaram o nome do partido de PFL para DEM. Estão lá destilando ódio", disse.
O discurso ocorreu durante cerimônia de assinatura de convênios e termos de cooperação. Ao lado de Lula, estava o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho, do PSDB.
Sobre a pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria ao Ibope, que mostrou recorde de aprovação do seu governo, o presidente disse que a oposição deve ter ficado "incomodada": "Eles governaram este país desde que Cabral aqui aportou. Fizeram e desfizeram. Agora ontem, eu digo sempre que Deus escreve certo por linhas tortas, a pesquisa de ontem deve ter deixado eles incomodados", disse.
A uma platéia composta principalmente por pequenos trabalhadores rurais, operários, índios e servidores municipais do município, o presidente falou de suas raízes nordestinas e de sua origem pobre.
"[Quando chegamos ao governo] Precisamos construir alianças, parcerias, para diminuir os ímpetos daqueles que não se conformam com a ascensão dos pobres", disse.
Após ouvir vaias da platéia para o discurso do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), que falou sobre o projeto de transposição do rio São Francisco (que enfrenta forte resistência em Alagoas), Lula defendeu a realização da obra: "É preciso que nossa alma grande, nosso coração generoso, não permita que a gente seja sovina na hora de permitir que todos tenham direito de usufruir das coisas produzidas neste nosso querido Brasil", disse Lula, que foi aplaudido.
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