Lideranças indígenas que se reuniram nesta sexta-feira (28) com a embaixadora especial do Pará na Alemanha, a atriz Nina Hoss, defenderam a implementação de políticas públicas para a saúde, educação e geração de renda nas aldeias como indispensável no processo de demarcação das terras habitadas por índios. A reunião ocorreu na sede do Ministério Público Federal (MPF), em Belém.
Juntamente com pesquisadores e representantes de órgãos governamentais, índios tembés, da terra indígena do Alto Rio Guamá, no nordeste do Pará, pediram a Hoss que ajude a defender no exterior a tese de que as famílias indígenas precisam ser recompensadas pela preservação ambiental que promovem.
“Até a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reconhece que as áreas indígenas são os locais onde a natureza é mais preservada, mas essa luta tem nos custado sangue, tem nos custado a vida”, disse o cacique Piná Tembé.
O pesquisador Thomas Mitschein, que participou do evento, ressaltou que a Universidade Federal do Pará (UFPA) faz pesquisa que pretende calcular o valor econômico dos serviços ambientais prestados pelos indígenas. O trabalho deve ser concluído em três anos.
O procurador chefe da Procuradoria da República no Pará, Felício Pontes Jr., apresentou dados sobre a exploração predatória na região amazônica e uma perspectiva para um modelo de desenvolvimento sustentável baseado na geração de renda a partir da manutenção da floresta em pé. “Estamos diante do choque entre dois mundos. O primeiro é o da grilagem, da concentração de renda, da monocultura e da geração de violência no campo. O outro, o necessário, que passa a contar agora com mais uma defensora na esfera internacional, é o do agroextrativismo, o da valorização dos conhecimentos de índios e ribeirinhos, aquele que redistribui renda sem comprometer a biodiversidade”, ressaltou o procurador.
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