terça-feira, 24 de março de 2020
Bolsonaro, um mito virótico, torna-se uma ameaça nacional e um vírus mais perigoso que o Covid-19
Ao pronunciar-se em cadeia nacional de rádio e TV, na noite desta terça-feira (24), Jair Bolsonaro declarou-se como o verdadeiro vírus. Uma espécie de mito virótico.
Ele é um vírus muito mais letal, muito mais perigoso, mais desagregador e pernicioso do que o novo coronavírus Covid-19, contra o qual o mundo inteiro desencadeou uma guerra. Menos Bolsonaro, é claro.
Bolsonaro, o debochado, o irresponsável, o ensandecido, o paranoico, diz-se atleta e, simplesmente, prega o fim do confinamento que vários governadores e prefeitos, responsavelmente, estão impondo nas áreas que governam.
Assim, Bolsonaro contraria o que todos os especialistas da face da Terra - da nossa Terra, a redonda - estão defendendo: o distanciamento social e, nos casos justificadamente extremos, como no Brasil, praticamente o confinamento.
Na Terra plana de Bolsonaro, porém, o Covid-19, sobretudo para atletas, mitos e super-homens como ele, não passa de uma gripezinha, de um resfriadozinho.
E agora?
Onde está o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta?
Como estarão se sentindo os profissionais de saúde, esse heróis que sempre foram heróis, mas que só agora estão sendo reconhecidos como heróis?
Como ficará todo o esforço - penoso, difícil - pedagógico, para convencer os 210 milhões de brasileiros de que devem, sim, confinar-se pelo menos pelas próximas durante as próximas semanas, quando todas as projeções indicam o pico da doença no País?
Como já dito aqui, Bolsonaro, esse irresponsável, não nos lidera. Faltam-lhe condições morais. Falta-lhe inteligência mínima. Falta-lhe uma réstia de lucidez.
Sobra-lhe, todavia, a letalidade dos piores vírus.
Sobra-lhe a letalidade de um vírus pior, muito pior do que o coronavírus Covid-19.
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