Que maravilha, gente.
O Capitão é mesmo um mito em evolução.
É muito, muito bom ver um Bolsonaro pragmático.
Vejam aí a pinta dele com o presidente da China, Xi Jinping.
Para um ultradireitista raivoso, que escabuja
seus ódios por todos os poros, pragmatismo
é termo que deve soar como um palavrão, né?
É mais ou menos como qualificá-lo de um rendido ou de um vendido a velhas práticas (tipo assim, liberar emendas às vésperas
de votações no Congresso, coisa da velha política) ou a velhas ideologias (tipo
assim o comunismo).
Mas não tem jeito.
A realidade, enfim, dobrou o Capitão à realidade.
Em outubro do ano passado, ainda como candidato,
Bolsonaro queixou-se de que a China "não está comprando no Brasil, ela
está comprando o Brasil".
Em novembro, já eleito, o Capitão baixou o tom,
ao receber um recado da China sobre os riscos econômicos de o Brasil seguir a
linha do presidente Donald Trump (um mito para o mito Bolsonaro) e romper
acordos comerciais com Pequim.
No início deste ano, o escritor Olavo de
Carvalho, guru do bolsonarismo que dia e noite recolhe provas contundentes e
definitivas de que a Terra é plana há 1 trilhão de anos, criticou a ida de uma
comitiva de parlamentares do PSL à China para conhecer o sistema de
reconhecimento facial do país e disse que, se fosse de fato guru do governo,
isso não aconteceria.
Pois é.
Agora, na reunião dos Brics, que o Brasil sedia,
é Bolsonaro quem se rende à China.
À China, com seu capitalismo em rapidíssima
expansão.
À China, com seu sistema ditatorial, que cerceia
liberdades.
À China do legado comunista, que Bolsonaro,
Olavo de Carvalho et caterva da
ultradireita odeiam.
Mas que nada, gente.
O Capitão é um mito em evolução.
Ele não odeia qualquer comunismo.
Ele não odeia qualquer comunista.
Tudo depende.
Viva
o Capitão, esse pragmático.
Nenhum comentário:
Postar um comentário