Agora, sim.
Agora é oficial.
Por oficial, entenda-se documento emitido por instituição
pública – portanto, acreditada -, no caso a Polícia Civil.
O documento de que se trata não é um qualquer.
É um laudo – trabalho necessariamente técnico,
detalhado, circunstanciado, firmado em evidências colhidas à luz dos fatos e
com base em bases teóricas que os peritos obrigatoriamente precisam dominar.
O laudo da polícia depõe contra a própria
polícia.
Nesta terça-feira (19), a Polícia Civil do Rio
de Janeiro informou que não havia tiroteio no momento em que a menina
Ágatha Félix foi baleada no Complexo do Alemão, em 20 de setembro. A
conclusão do inquérito confirmou que a bala que atingiu a menina saiu do
fuzil de um policial militar.
O relatório da
perícia contesta o depoimento dos PMs envolvidos na ação - os militares
sustentam que revidaram contra uma dupla que passava atirando em uma
motocicleta. Para a Polícia Civil, no momento do crime, não havia pessoas
armadas além dos policiais.
O laudo encerra quase dois meses de fake news disseminadas à farta nessas
rede sociais infestadas de gente que se alimenta de mentiras, mentiras e mais
mentiras. E quando arrota, só arrota, é claro, mais mentiras.
Chegou-se a divulgar uma invencionice, uma
maluquice, uma mentira deslavada: o de que um laudo teria atestado que o tiro
que matou a criança saíra do fuzil de um traficante, e não da polícia.
Esse laudo nunca apareceu.
Ou, se apareceu, foi fabricado por criminosos
que se alimentam de fake news.
Essa mentira foi alimentada pelos que defendem o
discurso do ódio, o discurso insano de que qualquer um, inclusive a polícia,
está com licença ampla, integral e implacável para matar quem seja visto como
bandido.
Não. Não pode.
Ninguém pode.
Isso é uma formulação mental excrescente que
cabe apenas na cabeça dos que adoram essas teses amalucadas e, para mostrar que
adoram, exibem-se fazendo o gesto da arminha,
inventado por Jair Bolsonaro, que o tem repetido até junto a crianças.
Pronto.
Aqui está a verdade: quem matou Agatha foi a PM.
E
ponto.
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