No Página Crítica, de Aldenor Jr.:
O que choca, revolta e indigna nessas mortes que se repetem, ad nauseam, a cada feriado prolongado nas portas dos Prontos-Socorros de Belém é o fato de que vão, pouco a pouco, perdendo o impacto, deixando de ser notícia para se incorporar a um cenário de brutalidade instititucionalizada.
As matérias da imprensa parecem requentadas, pautas frias, fotos em sépia. Mas foram feitas no calor e no desespero de poucas horas atrás, quando o grito de dor das famílias enlutadas ainda podia se ouvir em meio à completa falência do sistema de saúde na capital e no interior.
Os muitos responsáveis escondem-se por trás do silêncio ou de notas tão burocráticas quanto mentirosas. Essas respostas também envelheceram, são as mesmas, esfarrapadas e insustentáveis, que foram utilizadas no final do ano, quando a mesma tragédia foi noticiada, sem que nada, absolutamente nada, fosse feito para apurar as muitas responsabilidades.
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