No Congresso em Foco:
O repórter iraquiano que arremessou os sapatos contra o presidente norte-americano George W. Bush, no último dia 14, tem inspirado protestos no Brasil. A começar por Brasília. Durante discurso do presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Alírio Neto (PPS), um servidor da Coordenação de Comunicação Social da Casa ergueu um sapato em frente ao palanque. A reação do parlamentar diante da ironia foi quase imediata: após terminar o discurso, Alírio agrediu com um tapa no rosto o servidor público. A baixaria aconteceu na noite última quinta-feira (18), durante festa de confraternização de fim de ano, no estacionamento da Câmara.
Alírio Neto enaltecia os pontos positivos de sua gestão quando o jornalista Zildenor Dourado retirou e ergueu um de seus sapatos, em frente ao palanque onde o presidente fazia o pronunciamento. O gesto, segundo o servidor, foi uma crítica. Alírio não gostou da ironia e o repreendeu, ainda em cima do palanque. Ao terminar o discurso, o presidente da Câmara Legislativa deixou o microfone e foi em direção à mesa onde estava sentado Zildenor, ao lado de outros jornalistas lotados na Casa.
Nesse ponto, as versões do deputado e do servidor público divergem: Alírio afirma que Zildenor lhe teria dado uma cusparada na cara. Este, por sua vez, garante que nem viu o presidente se aproximar, e que foi surpreendido com o tapa.
“Ele me deu um tapa na orelha, eu cai sobre a mesa e, já no chão, peguei uma cadeira para me defender. Na mesma hora os dois seguranças da Câmara que estavam com ele (Alírio) me seguraram e tiraram da festa”, sustenta o servidor. Zildenor diz ainda que, naquele dia, o clima de insatisfação na Casa era evidente. “Na tarde anterior o governador José Roberto Arruda havia vetado um reajuste para os servidores da Câmara. Assim que anunciaram o Alírio, ele foi vaiado. Levantar o sapato foi um ato de protesto e ironia, não de violência”, argumenta.
O presidente da Câmara deixou o Distrito Federal neste fim de semana. Segundo sua assessoria de imprensa, Alírio afirma ter se descontrolado após o servidor ter cuspido nele. “O presidente lamentou profundamente o ocorrido, mas disse que não tem sangue de barata”, declarou a assessoria. “Naquele momento ele não agiu como parlamentar. Agiu como homem”, completou.
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