Na coluna "Repórter 70", de O LIBERAL:
LIVROS
Negligência
Muito ainda se vai ouvir falar do roubo dos livros raríssimos que estavam no setor de obras raras, na Biblioteca do Museu Paraense Emilio Goeldi. Pelo menos enquanto algumas perguntinhas básicas continuarem sem resposta. Belém, por causa da falta de cuidado da direção de uma instituição cujo trabalho é reconhecido internacionalmente, volta ao noticiário policial.
Por quê?
Entre as muitas questões – ainda sem resposta - que envolvem o mistério do roubo dos livros, estão algumas tão absurdas, mas que se impõem à sociedade ainda incrédula com o fato: como alguém pode sair de uma biblioteca com quarenta livros? É evidente que as obras não foram levadas de uma única vez (se tiverem sido, o escândalo será maior) e devem ter sido encaminhadas (sob encomenda?) a colecionadores inescrupulosos ou a casas de leilão, na Europa, sem levantar suspeita.
Câmeras
Para que os volumes tenham sido retirados da Biblioteca, a quadrilha deve ter tido um bom esquema de retaguarda que, possivelmente, vem sendo colocado em prática há algum tempo. Como as câmeras de segurança do local não armazenam imagens por mais de dois meses, o bando deve ter tido tempo de folga para agir, sem levantar suspeitas.
Patrimônio
Como o Polícia Federal está atuando direto no caso, não custaria nada à Receita verificar como anda o patrimônio pessoal de quem, de alguma maneira, poderia facilitar o trabalho – reconheçamos – bem feito, de bandidos profissionais. Independentemente do resultado a que se chegar nas investigações, uma coisa é certa: Belém pode dar adeus a parte de um patrimônio que nunca mais será o mesmo.
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Do Espaço Aberto:
Há muitas – para não dizer muitíssimas – perguntas sobre o furto dessas obras.
Um furto que, nessa escala – no valor de estimados R$ 2 milhões, segundo a Polícia Federal - é inédito por aqui.
Espera-se que o rigoroso inquérito, já instaurado, explique tudo.
Tintim por tintim.
Explique tudo e identifique responsabilidades.
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