Assalto termina em morte

No AMAZÔNIA:

Um funcionário público do Tribunal de Justiça do Estado morreu com um tiro na cabeça durante um assalto a uma casa lotérica, ontem à tarde, no Umarizal. Michael Peterson Miranda Pantoja, de 25 anos, foi baleado após outro cliente reagir contra os bandidos, que levaram parte da renda do estabelecimento, situado na rua Diogo Móia, entre a travessa Romualdo de Seixas e avenida Generalíssimo Deodoro. Três pessoas foram detidas para averiguação, entre elas um adolescente de 17 anos, mas não foi confirmada a participação de nenhuma delas no latrocínio.
De acordo com testemunhas, três funcionários trabalhavam no local na hora do assalto, ocorrido por volta das 13h30. Mais três clientes estavam na fila atendimento, um deles fazia uma aposta para a Mega-Sena e Michael Peterson, acompanhado da noiva, pretendia pagar uma conta. A dona-de-casa Marli Pereira, de 39 anos, contou que a filha Daysiane Leão estava na porta da lotérica quando dois homens armados com mochilas se aproximaram. Segundo populares, mais dois homens aguardavam do lado de fora da casa lotérica 'Ela percebeu que era um assalto e quando tentou entrar, eles colocaram o revólver na cintura dela. Os assaltantes estavam muito agitados. Parecia que era o primeiro roubo deles. A minha filha se trancou no banheiro', relatou Marli, cuja filha não deve mais voltar à lotérica para trabalhar.
Uma outra funcionária relatou que Michael não esboçou qualquer reação, mas sim o cliente que estava na frente dele. Um dos bandidos, vestido com uma blusa branca e uma bermuda, o agarrou e o imobilizou com o braço, atirando para cima. Todavia, Michael Peterson era alto e acabou atingido pelo tiro na cabeça. Os bandidos correram em direção ao caixa e levaram o dinheiro, fugindo em seguida em motocicletas com os cúmplices. Michael Peterson agonizou por 10 minutos aos gritos da noiva que estava desesperada com a tragédia. Ele residia na passagem Pombo, próximo à avenida Generalíssimo Deodoro, no Umarizal, a poucos metros do local onde foi assassinado. A Polícia Militar foi acionada pelo 190 para iniciar as buscas pelos criminosos.
De acordo com o major PM Leitão, da 6ª Zona de Policiamento Urbano (6ª Zpol/PM), ele e sua equipe passavam em ronda pela rua Antônio Barreto e travessa Castelo Branco, quando receberam uma mensagem pelo Ciop a respeito do assalto. Ao alcançarem a avenida Duque de Caxias, os policiais militares avistaram um adolescente de 17 anos que estava em uma moto Honda Bis vermelha, de placas JUU 1161, apontada como uma das motos usadas no roubo à lotérica. O adolescente foi apreendido para averiguação. O segundo a ser preso foi o vendedor de comida Edson Cardoso Ferreira, de 20 anos, que trafegava com uma Honda Bis prata, de placas JWB 5913, pela avenida Visconde de Inhaúma com a travessa Curuzu, no Marco.
Ambos negaram envolvimento no delito. O adolescente disse que emprestou a moto de um conhecido e a teria emprestado também para uma terceira pessoa, ontem, mas disse que nada sabia sobre o latrocínio. Os parentes de Edson ficaram revoltados com a detenção dele. A mãe de Edson, a dona-de-casa Maria Trindade Soares Cardoso, de 49 anos, exclamava que o filho era trabalhador e que tinha acabado de sair da casa da sogra depois de almoçar por lá no início da tarde. 'O meu filho não é vagabundo. Ele tinha almoçado com a mulher dele. A sogra até perguntou porque ele não ficava lá, mas ele quis ir para a minha casa depois. Ele não é disso não, eu tenho certeza', esbravejava a mulher, que estava também muito desesperada pela situação. O terceiro suspeito também foi detido por reclamar na lotérica uma das motos apreendidas.
O corpo de Michael Peterson foi removido somente depois das 16 horas para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Os três detidos foram encaminhados para a Seccional do Comércio a fim de prestarem esclarecimentos. O delegado Antonio do Carmo, que será responsável pelo inquérito, deve analisar as imagens do circuito de segurança da casa de apostas para ajudar na identificação dos bandidos. Os dois homens e o adolescente seriam liberados visto que não foram reconhecidos pelas vítimas e por testemunhas. 'Não há suspeitos. Eles foram detidos apenas para averigüação e porque estavam perto do local do assalto. Nenhuma testemunhas os reconheceu', disse o delegado. Nenhum envolvido no latrocínio havia sido capturado até o início da noite de ontem.