Que os presídios brasileiros são um barril de pólvora não propriamente prestes a explodir, mas que explodem a toda hora, isso todo mundo sabe.
Que o sistema penitenciário do Pará, em sintonia
com o panorama geral, está apodrecido há trocentos
anos, isso também todo mundo sabe.
Que facções criminosas dominam os presídios
brasileiros, isso igualmente é de sabença
geral.
O que assusta é que, entra governo, sai governo –
tanto no âmbito federal como nos estados, sem exceção -, e o Poder Público
continua agindo por impulsos, sob a sofreguidão das urgências e emergências que
ocorrem no setor da Segurança Pública. E tudo continua como dantes.
Agora mesmo, depois dessa matança de 58 presos
na penitenciária de Altamira, além de quatro
detentos que morreram sufocados quando eram transportados para Belém
(ocorrência ainda não totalmente esclarecida), o Ministério da Justiça decreta intervenção
no sistema penitenciário estadual, segundo portaria editada nesta
terça-feira (30).
É medida que se aplaude, sem dúvida, a transferência
dos líderes dessa matança para penitenciária federais.
Resta como é que está vai se estruturar a
vigilância e a custódia dos presos em outros presídios do estado, para evitar
que fatos do gênero aconteçam.
Porque, se é certo que as autoridades da área de
Segurança Pública já previam
o confronto entre facções, é certo que de nada adianta prever confrontos,
se eventuais medidas capazes de evitá-los mostram-se ineficazes.
E
daí nunca se sabe, por exemplo, se há condições de evitar o próximo confronto.
E a próxima matança.
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