terça-feira, 8 de novembro de 2016

Velhas práticas afugentam turistas


Do jornalista Francisco Sidou, por e-mail, para o Espaço Aberto:

----------------------------------------------

O jovem prefeito de Salinas foi reeleito com louvor, pois, além de ser filho da terra, vem fazendo um bom trabalho. A cidade está limpa, as ruas com asfalto novo, os bairros da periferia também estão recebendo melhorias como saneamento e água encanada. Mercados abastecidos com peixe à vontade e preços justos. O lixo está sendo recolhido com regularidade e presteza. Não se vê lixo nas ruas ou calçadas.
Mas, como é jovem, está faltando um pouco mais de ousadia ao gestor Paulo Henrique. Por exemplo: recorrer a parcerias com grandes empresas (Vale, Banco da Amazônia, Banco do Brasil entre outras) para dar uma "repaginada" nas praias do Atalaia, Corvinas e Farol Velho, com a adoção de novo modelo de barracas de praia (com lixeiras em cestinhas e contêineres na barraca mãe ) que poderiam ser ofertadas, sem ônus para os barraqueiros e prefeitura.
As coberturas dessas barracas abrigariam painéis publicitários com a logomarca das empresas, com mensagens de seu engajamento na defesa ambiental. Seria num retorno fantástico porque Salinas se transforma no veraneio de julho e nos feriadões na maior vitrine turística do Pará, com visibilidade nacional em matérias jornalísticas de redes nacionais de televisão.
De quebra, a Prefeitura de Salinas poderia, em parceria com o Detran, disciplinar o trânsito na praia, melhorar o transporte coletivo da cidade, com a aquisição de uns cinco ônibus jardineira, próprio para o turismo receptivo e city tour. São muitos os turistas que ficam em hotéis na cidade sem ter nem como alugar um carro, porque em Salinas não existem locadoras nem de jipes. Mas também precisam ser treinados com lições práticas sobre turismo receptivo os amigos barraqueiros e seus colaboradores, os garçons de praia.
Refeições na praia com preços escorchantes; cobrança de pedágio em forma de consumação mínima de R$-50; grosseria com os que argumentam contra essa exploração  - são práticas que em nada contribuem para o incentivo ao turismo em Salinas. Ao contrário, apenas afugentam os turistas.
No último final de semana passamos por constrangimentos na bela praia do Farol Velho (na foto) , outrora um recanto paradisíaco, diante da intransigência de um garçom de praia, que só aceitava a ocupação da barraca com o "compromisso" de um consumo mínimo de R$ 50,00. Ora, tínhamos acabado de fazer a primeira refeição, o café da manhã. De nada adiantaram os argumentos de que no decorrer do dia iríamos consumir algum produto, menos as refeições, claro, diante do cardápio com preços mais salgados que a água do mar que banha a bela Salinas. Preferimos ir para a beira do mar, onde ainda não se paga pedágio e também podemos exercer o livre arbítrio de consumir uma água de coco ou um picolé de açaí da Cairu, sem ninguém para nos vigiar ou cobrar.
Vamos ousar, senhor prefeito Paulo Henrique? Procure um secretário de turismo que goste de Salinas e também dos turistas. Renovar velhacas práticas dos barraqueiros privatistas da praia também é preciso. O revéillon está chegando e o veraneio de julho também.
Salinas merece práticas melhores de um turismo moderno, onde todos ganham com mais emprego e renda, turistas satisfeitos que voltam e ainda trazem seus familiares e amigos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Poster, excelente ponto de vista sobre a ausência de políticas públicas voltadas ao turismo, que tanto se recente o município de Salinas e a praia do Atalaia.

Anônimo disse...


Ele tem é de levar educação, saúde e emprego ao município.
Somente isso fará que alguém deixe de se sentir dono do pedaço, como o coitado do garçom que procura algo para sobreviver, cobrando pelo espaço que não lhe pertence.

Anônimo disse...

Se ele não fizesse nada disso e tirasse os carros da praia, merecia ser governador.

Anônimo disse...

Turismo predatório... Foram acostumados a achar que todo turista e "Barão"...