Sabem o Rosa (para os íntimos, é claro)?
Pois é.
Nestas horas de tormentosa expectativa de
petistas e aliados governistas em relação à reforma ministerial, peemedebistas
do Pará têm recorrido às tiradas do velho Rosa para, digamos assim, externar
incertezas e ceticismos em relação ao que fará Sua Excelência a presidente
Dilma, a nossa pata manca.
Um peemedebista que conversou com o Espaço
Aberto definiu o cenário em que se processa a reforma ministerial
como “tumultuado”, “incerto” e acabou confidenciando ao poster: “Eu estou
igualzinho como dizia
o Guimarães Rosa: “Eu quase que nada sei. Mas desconfio de muita
coisa”.
O interlocutor avalia que uma das maiores
dificuldades está no próprio PMDB: uma na Câmara, outra no Senado e outra que
se faz representar pela própria direção do partido e tem como expoente máximo
Sua Excelência o vice-presidente da República, Michel Temer.
Qual a intenção da presidente Dilma? Aproximar o
governo da Câmara e do Senado, contemplando dois deputados e dois senadores com
cargos de ministro.
A estratégia, politicamente, é correta. Isso
porque Dilma precisa aprovar medidas duríssimas e impopularíssimas medidas, como é o caso da recriação da CPMF, e
precisa ainda deixar sua retaguarda no Congresso muitíssimo bem guarnecida,
diante da possibilidade de eventual processo de impeachment começar a tramitar
sob a batuta de Eduardo Cunha, esse monumento
vivo à boa ética.
O problema todo, reconhece o interlocutor
peemedebista que conversou com o repórter, é conjuminar a miríade - ou quase
isso – de interesses, principalmente do PT, que não aceita perder espaços no
novo desenho ministerial.
Mas uma coisa é certa, na avaliação do
peemedebista do Pará – dele e de vários outros companheiros de agremiação: a
reforma, quando vier a ser anunciada, e seja lá quando for anunciada, será
decisiva para adiar ou precipitar o rompimento do PMDB com o governo Dilma.
Se o partido se sentir justamente contemplado,
romper continuará sendo uma possibilidade, que será avaliada mais à frente.
Do contrário: o rompimento poderá vir
rapidamente. E muito antes do que pretendem até mesmo os defensores do
rompimento agora e já.
A situação, de momento, é essa.
Só mesmo Guimarães Rosa para acalmar os ânimos.
Ou não.
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