terça-feira, 29 de setembro de 2015

PMDB do Pará se inspira em Rosa, à espera da reforma


Sabem o Guimarães Rosa?
Sabem o Rosa (para os íntimos, é claro)?
Pois é.
Nestas horas de tormentosa expectativa de petistas e aliados governistas em relação à reforma ministerial, peemedebistas do Pará têm recorrido às tiradas do velho Rosa para, digamos assim, externar incertezas e ceticismos em relação ao que fará Sua Excelência a presidente Dilma, a nossa pata manca.
Um peemedebista que conversou com o Espaço Aberto definiu o cenário em que se processa a reforma ministerial como “tumultuado”, “incerto” e acabou confidenciando ao poster: “Eu estou igualzinho como dizia o Guimarães Rosa: “Eu quase que nada sei. Mas desconfio de muita coisa”.
O interlocutor avalia que uma das maiores dificuldades está no próprio PMDB: uma na Câmara, outra no Senado e outra que se faz representar pela própria direção do partido e tem como expoente máximo Sua Excelência o vice-presidente da República, Michel Temer.
Qual a intenção da presidente Dilma? Aproximar o governo da Câmara e do Senado, contemplando dois deputados e dois senadores com cargos de ministro.
A estratégia, politicamente, é correta. Isso porque Dilma precisa aprovar medidas duríssimas e impopularíssimas medidas, como é o caso da recriação da CPMF, e precisa ainda deixar sua retaguarda no Congresso muitíssimo bem guarnecida, diante da possibilidade de eventual processo de impeachment começar a tramitar sob a batuta de Eduardo Cunha, esse monumento vivo à boa ética.
O problema todo, reconhece o interlocutor peemedebista que conversou com o repórter, é conjuminar a miríade - ou quase isso – de interesses, principalmente do PT, que não aceita perder espaços no novo desenho ministerial.
Mas uma coisa é certa, na avaliação do peemedebista do Pará – dele e de vários outros companheiros de agremiação: a reforma, quando vier a ser anunciada, e seja lá quando for anunciada, será decisiva para adiar ou precipitar o rompimento do PMDB com o governo Dilma.
Se o partido se sentir justamente contemplado, romper continuará sendo uma possibilidade, que será avaliada mais à frente.
Do contrário: o rompimento poderá vir rapidamente. E muito antes do que pretendem até mesmo os defensores do rompimento agora e já.
A situação, de momento, é essa.
Só mesmo Guimarães Rosa para acalmar os ânimos.

Ou não.

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