Jatene na Assembleia: mais do que refinamento político, respostas antecipadas (foto Antônio Silva/Agência Pará) |
Preparem-se, meus caros.
Como se dizia em tempos idos, em tempos d'antanho, quando moleques saíam da brincadeira e partiam para a briga - "agora é na vera".
Pois é.
A partir de agora, vai ser na vera.
Senão agora, pelo menos a partir do início do segundo semestre, as vozes da oposição vão se mostrar mais ativas, mais estridentes, mais tonitruantes e virulentas contra o governo Simão Jatene.
Chegou a hora, como avaliam alguns segmentos oposicionistas, de começar a elevar o tom para cobrar promessas - ou compromissos, vá lá que sejam - feitos pelo governador durante a campanha, mas até agora não cumpridos.
Não se sabe se o Palácio dos Despachos já sentiu o cheiro, digamos assim, de cobranças mais estouradas que vêm por aí.
Mas a presença do governador Simão Jatene na Assembleia Legislativa na última segunda-feira, para ler pessoalmente a mensagem do Executivo na abertura dos trabalhos legislativos, e o tom de sua alocução da tribuna da Casa podem ser indícios de que o governo já trabalha com a certeza de que este ano, pré-eleitoral, vai esquentar.
Sim, vocês haverão de objetar, não sem razão, que o comparecimento de Jatene à Assembleia nada mais representou do que uma deferência, um apreço do chefe do Executivo ao Legislativo.
Vocês dirão ainda que tudo não passou da expressão de um refinamento de conduta que demonstrou o respeito institucional do governo pelo Poder Legislativo.
Poderão argumentar ainda, com certa pertinência, que a presença do governador sinalizou um fato político para marcar a primeira sessão presidida por Márcio Miranda (DEM), eleito na sexta-feira da semana passada para presidir a Assembleia Legislativa, ao final de uma disputa em que o governo mostrou sua força.
Foi tudo isso, sim.
Ou melhor, também foi tudo isso.
Mas, para a oposição, os movimentos do governador mais demonstraram o que seria uma espécie de resposta antecipada às cobranças que fatalmente virão. E mais rápido do que se pensa.
Não à toa e não sem coincidência, leia-se o parágrafo abaixo, o penúltimo de matéria jornalística disponível no site da Agência Pará, sob o título Governador destaca na Assembleia o equilíbrio das contas do Estado:
O presidente da Assembleia, Márcio Miranda (DEM), afirmou que, após a apresentação do governador, a Casa está otimista quanto ao desenvolvimento do Estado. “O primeiro ano foi de ajustes. No segundo ano, o governo obteve superávit, e aprovamos aqui empréstimos de R$ 3 bilhões. Agora é o tempo da colheita. Junto com o governo estaremos avaliando, fiscalizando e acompanhando essas obras. O governador demonstrou otimismo nos números e que o Estado está pronto para avançar em novas obras, como portos, rodovias e aeroportos”, asseverou.
Viram só.
O primeiro ano foi de ajustes.
O segundo foi de juntar dinheiro.
O terceiro e, presume-se, o quarto, ou seja, o próximo serão de obras.
Eis aí o discurso oficial.
A oposição também prepara o seu.
3 comentários:
Caro poster, os ânimos já afloraram, basta ler o Diario do Pará e ouvir a radio clube, desde a última sexta-feira, data da eleição da alepa, os temas centrais são a gestão de jatene e zenaldo!!
Cadê viadutos, passagens de nível, binários, etc. Se o governo do Estado não investir em Belém não sei não....
O governador apresentou números no mínimo contraditórios. Disse que recebeu o Estado com um passivo de R% 400 milhões de reais.
Todavia, o balanço geral do Estado de 2010, assinado pelo prórpio Governador Jatene, vez que foi publicado em 2011, aponta um superávit do orçamento corrente, em 2010, de R$ 1.192.352.127,35, e agora , o que vale, a informação do Governador na Assembléia ou o que ele assinou no balanço do Estado ?
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