quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Almir deixa a política e a vida reconciliado com adversários
Não deixa de ser emblemático que o ex-governador Almir Gabriel, que ontem morreu aos 80 anos de idade, em Belém, tenha chegado ao fim de sua carreira política e ao ocaso da vida reconciliado com adversários políticos e tolerado, digamos assim, por segmentos que jamais se imaginava pudessem vir sequer a tolerá-lo.
Almir, por exemplo, reconciliou-se recentemente, há questão de algumas semanas, com o governador Simão Jatene, com quem ficou imensamente ressentido depois das eleições de 2006, quando foi derrotado pela petista Ana Júlia Carepa e viu frustradas, dessa forma, suas pretensões de voltar a governar o Pará pela terceira vez.
Reconciliou-se, já nas eleições para o governo do Estado, em 2010, com o presidente do PMDB no Pará, Jader Barbalho, com quem passara a travar, durante cerca de uma década antes, uma disputa política marcada, de ambos os lados, por graves acusações. A reconciliação foi marcada por um encontro de Almir, em sua residência, com Jader e com o então deputado peemedebista Domingos Juvenil, que viria a receber do ex-tucano apoio à sua candidatura ao governo do Estado.
Mas a grande surpresa, talvez o lance mais inesperado e mais imprevisto em toda a carreira política de Almir Gabriel foi seu apoio, em 2010, à então governadora Ana Júlia Carepa, candidata à reeleição pelo PT, um partido que sempre teve em Almir Gabriel a encarnação, a personificação, a edificação em carne e osso do PSDB e de todos os princípios que sempre causaram náuseas aos petistas.
Reconciliar-se com antigos adversários, sobrepor os interesses políticos a questões pessoais e ser admitido, ainda que com alguma resistência, em alianças até então absolutamente implausíveis são atos que contribuirão, certamente, para que se possa também formar um juízo mais sereno sobre uma liderança política como Almir Gabriel, que nunca usou de maiores cerimônias para demonstrar sua inflexibilidade em relação a concepções e a práticas políticas.
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