sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

E agora? E agora que tem até o Afeganistão à vista.


"E agora", perguntavam-se ontem alguns peemedebistas, ainda meio supresos depois da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que rejeitou, por três votos a dois, representação do PMDB que pedia nova eleição para o Senado.
E agora que o partido vai ter que conviver com o imponderável.
Um imponderável que poderia ser bem menos impoderável se o partido alcançasse o êxito que esperava no julgamento do TRE.
Peemedebistas havia que se dividiam entre duas expectativas.
De um lado, os que já davam como certo um pedido de vista, o que retardaria para o próximo ano a decisão no TRE sobre o pedido de nova eleição.
De outro lado, um grupo pouco menos expressivo que o primeiro considerava que a parada, em favor do PMDB, seria decidida ontem mesmo.
Apenas uns poucos - pouquíssimos - peemedebistas apostavam que o TRE, de prima, derrubaria a pretensão do PMDB de Jader Barbalho.
Pois não é que o grupo minoritário acertou?
A derrota não faz bem aos planos de Jader Barbalho - se é uma derrota faz bem aos planos de quem quer que seja.
Mas, no caso, Jader contava ganhar aqui para que, no recurso que fatalmente as partes contrariadas - o Ministério Público entre elas - intentariam perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pudesse posar na condição de vencedor na instância anterior, ou seja, o TRE aqui do Pará.
Mas não deu.
Agora, Jader é que recorrerá ao TSE.
No TSE, o pedido, por mais que sutilezas jurídicas pretendam o contrário, não poderá ser desvinculado do âmbido da Lei da Ficha Limpa.
E o TSE é o mesmo que decretou a inelegibilidade de Jader Barbalho, decisão posteriormente confirmada pela Supremo Tribunal Federal, por força de imposições regimentais.
E se Jader perder no TSE?
Há quem admita que a matéria é constitucional e, portanto, seria passível de apreciação pelo Supremo.
Do Supremo em diante, não tem mais.
Só no Tribunal do Afeganistão, aonde ninguém ousa ir.

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