No AMAZÔNIA:
Todos os anos 40 mil novos casos de hanseníase são diagnosticados no Brasil. Apenas na região Norte são 15 mil novos diagnósticos anuais, o equivalente a 37,5% do total nacional. No Pará, o índice de novos portadores da doença é alto: são 7 mil novos contaminados por ano. Os números foram fornecidos pelo Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). Ontem, dia mundial de combate à doença, membros do Morhan em parceria com coordenação Estadual de Dermatologia Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), fizeram o lançamento da campanha estadual de controle da doença na praça do Menino Deus, em Marituba.
Durante toda a manhã a população foi orientada a identificar, no próprio corpo, manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, que não coçam, não doem e não têm sensibilidade, sintomas mais comuns da hanseníase. Voluntários da Pastoral da Criança e da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), além das Secretarias de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (Sedes), de Governo (Segov) e de Educação (Seduc), 1º e 3º Centros Regional de Saúde e as unidades de referência especializadas Demétrio Medrado e Marcelo Cândia, orientaram sobre o atendimento nos postos de saúde, que devem contar obrigatoriamente com medicamentos gratuitos doados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
'A hanseníase tem cura. O tratamento é longo (dura de seis meses a um ano), mas eficiente. A partir da primeira dose do medicamento o portador já não transmite a doença', explica o médico Luiz Augusto Oliveira, coordenador estadual do programa de controle a hanseníase. Segundo ele, o principal objetivo da campanha é conscientizar a população sobre a importância do tratamento e formas de contágio, para que se evitem novos casos. Nos últimos três anos, de acordo com o levantamento feito pela Sespa, de cada mil paraenses 63 são diagnosticados com hanseníase.
A hanseníase é causada por uma bactéria que ataca a pele e os músculos da face, pernas e braços. A doença é transmitida através das vias áreas (tosse, espirro, saliva) e é mais comuns entre os membros da família de um portador. 'No ambiente familiar o índice de transmissão é quatro vezes maior que fora dele, por isso além de cuidar do doente a rede de saúde cuida também dos familiares. A vigilância de contato é a melhor maneira de prevenir o aparecimento de novos casos. Quando o tratamento é feito corretamente a doença não se espalha', destaca o médico.
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