No AMAZÔNIA:
A chuva de ontem à tarde que caiu sobre Belém entre 17h e 18h foi suficiente para alagar ruas e deixar muita gente sem poder sair ou entrar em casa. Do centro da cidade, passando por bairros como Nazaré, Cremação e São Brás, até o Marco, a água da chuva encheu os pontos críticos depois que pelo menos oito canais transbordaram.
Dona Lúcia Santos assistia o movimento da avenida Bernardo Sayão, na Cremação, da janela de casa. Ela mora à beira do canal, considerado um dos mais problemáticos por técnicos da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), que faz parte das obras de macrodrenagem da bacia da Estrada Nova e que quando chove ou é influenciado pela maré alta enche até o limite da Bernardo Sayão, deixando moradores 'ilhados'.
'Eu até já estou acostumada com esse canal. Não posso fazer nada. O pior de tudo é o lixo acumulado. A prefeitura até vem tirar o lixo, mas toda vez que chove forte não tem muito que fazer', lamentou dona Lúcia para a equipe de reportagem do outro lado do canal cheio, já que não pode sair de casa.
No canal da 14 de Março, a cena era desoladora. Ruas como dos Pariquis, dos Mundurucus e dos Caripunas totalmente inundadas pela água do canal transbordado, o que aconteceu, também, no canal da Quintino.
O canal da passagem Leal Martins, que corta a travessa Mauriti, no bairro do Marco, também transbordou. A água invadiu a Mauriti e fez motoristas dar meia volta. O advogado Denilson Lima estava subindo a rua, no sentido João Paulo II, e desistiu ao ver o nível da água na pista. 'Eu tomei um susto. Numa hora dessas o melhor a fazer é parar o carro ou seguir outro caminho', comentou.
A chuva que caiu ontem é, na verdade, só uma prévia do que vai acontecer a partir do dia 1º de março, quando deve começar um dos períodos que registram os maiores índices pluviométricos. E, se durante uma chuva forte a maré tiver alta, o caos tende ser ainda maior, sobretudo em trechos próximos aos 68 canais existentes em Belém e na região metropolitana, incluindo os 40 pontos críticos mapeados pela Defesa Civil municipal e pela Sesan.
A assessoria de imprensa da Sesan informou que com a chegada das fortes chuvas, o órgão intensificou as atividades e aumentou também a quantidade de pessoas envolvidas no trabalho de dragagem mecânica, que conta com o auxílio de retroescavadeiras para aumentar o leito assoreado devido ao acúmulo de lama e entulhos. A assessoria afirmou que esse trabalho contará com 850 trabalhadores - 400 a mais que o normal.
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