sábado, 28 de junho de 2008
Nilson Chaves - Flor do Destino
Composição: Nilson Chaves e Vital Lima
Te amei assim como água de chuva
Que vai penetrando pra dentro do mundo
Te bebi assim como poço de rua
Que eu olhava dentro mas não via o fundo
Tu me deste um sonho
Eu te trouxe um gosto de tucumã
Tu me deste um beijo
E a gente se amou até de manhã
Veio o sol batendo
E nos despertou
Da gente virando terra, mato,
Galho e flor
Água de riacho é clara e limpinha
Mas às vezes turva com a chuva violenta
Teu amor é um papagaio que xina
Dentro do silêncio da tarde cinzenta
E o amor é um rio
Profundo rio
De muitos sinais
Onde os barcos passam
Conforme o vento deseja e faz
Ai que ainda me lembro
Disso que ficou
Da gente virando terra, mato,
Galho e flor
Fonte: Letras.mus.br
(Para acessar outras músicas, clique em Música, aí embaixo)
“Jogo Aberto” fala das tragédias anunciadas no Pará
O jornalista Carlos Mendes, apresentador do programa, vai abordar a eleição municipal (com informações de bastidores), a morte de 12 bebês na Santa Casa, os crimes de pedofilia, inclusive envolvendo gente rica de Belém, além do transporte urbano na região metropolitana da capital, ameaçado de entrar em colapso a partir de 2010.
O jornalista Francisco Sidou estará presente, com seus comentários mordazes temperados com fina ironia. O “Jogo Aberto” terá hoje um editorial, intitulado "Pará, Terra das Tragédias Anunciadas".
O programa poderá ser sintonizado na freqüência FM 106.1 ou pela internet.
Maia encaminha parecer favorável à criação da Ufopa
Em vez de esperar o prazo regimental de até 20 sessões para apresentar o parecer, Maia disse que ontem recebeu o projeto para relatar e ontem mesmo encaminhou o relatório, que previamente estava preparado. O deputado prometeu se empenhar para que a proposta que cria a Ufopa seja incluída na pauta de votações da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados na próxima quarta-feira, 2 de julho.
Maia destacou no parecer a atuação positiva da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) no interior do Pará durante décadas, mas observou que o oeste do Estado precisa ter sua independência no ensino superior através de nova instituição que atenda à demanda pelo ensino superior na região.
A implantação da Ufopa, disse o deputado, aumentará os investimentos federais no oeste do Pará, com reflexos no seu desenvolvimento social, econômico e cultural, assegurando inclusive,os mais diversos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias voltadas diretamente para a região amazônica.
O deputado diz no parecer que a vontade da população da região oeste do Estado do Pará é de que o nome da nova instituição seja Unioespa (Universidade do Oeste do Pará), e não Ufopa. “Mas, para não gerar nenhum entrave político que possa resultar na demora da tramitação do projeto, não propus nenhuma alteração no texto oriundo do Poder Executivo. Já estou trabalhando numa proposta a ser apresentada após a instalação da Universidade, onde iremos propor a mudança do nome da Universidade", concluiu o parlamentar.
Combate à corrupção eleitoral na pauta de seminário
No seminário, Cazetta vai abordar a legislação que pune corrupção eleitoral e falará sobre compra de votos, aliciamento de eleitores, uso da máquina pública e abuso de poder econômico. A presidente da Seção Pará da OAB, Angela Sales, e o bispo do Marajó, dom José Luiz Azcona, vão orientar os eleitores sobre a formação de comitês pela ética nos bairros e municípios.
Azcona é o bispo que, em abril passado, denunciou as mazelas sociais que infestam os municípios da região. Disse que Breves “é um antro de perversão”, que “todo o Estado está tomado por essa execração que é a exploração sexual de menores” e informou ter ouvido de dois prefeitos a previsão de “que, dentro de alguns anos, o narcotráfico iria eleger todos os prefeitos do Marajó”.
A sede da CNBB em Belém ficar na rua Barão do Triunfo nº 3.151, entre avenidas Almirante Barroso e 25 de Setembro, no bairro do Marco.
Idas e vindas
Vaivém. DEM e PSDB, que tinham anunciado aliança e depois rompido em Belém, voltaram a se acertar. Para não dar margem a dúvida de que agora é para valer, a candidata Valéria Pires Franco já despachava na sede do PSDB ontem. O vice da chapa será o tucano Paulo Chaves.
O esporte na TV
Circuito mundial - vôlei de praia
Sportv 2 - ao vivo
18h Final do Pan-americano
Handebol masculino
ESPN Brasil - ao vivo
18h20 Vasco x Ipatinga
Campeonato Brasileiro - futebol
Sportv (menos RJ e Santos) - ao vivo
18h20 Portuguesa x Santos
Campeonato Brasileiro - futebol
Sportv (para RJ e Santos) - ao vivo
18h30 Final da Copa América
Futsal
TV Esporte Interativo - ao vivo
19h Venezuela x Brasil
Liga Mundial - vôlei
Sportv 2 - ao vivo
21h Etapa de Richmond
Indy - automobilismo
Bandsports - ao vivo
6h30 Brasil x Alemanha
Grand Prix - vôlei
Sportv - ao vivo
Ana Júlia pede que Asdrúbal ou Ten Caten desista
Ana Júlia fez uma ponderação direta – sem rodeios – a Asdrúbal, segundo ele mesmo confirmou ao blog por telefone: disse que o governo do Estado tem interesse em manter a unidade, em Marabá, dos partidos que integram a base aliada, entre eles o PMDB e o PT.
Tradução: Ana Júlia pretende que ou Asdrúbal ou a deputada estadual Bernadete Ten Caten, pré-candidata do PT a prefeita de Marabá, abra mão de sua candidatura à sucessão do prefeito marabaense Tião Miranda.
E Asdrúbal, adiantou sua disposição ou não de desistir da disputa, em favor de Ten Caten?
“Eu disse à governadora que ser prefeito de Marabá é projeto político que alimento há alguns anos e que precisamos, no PMDB, avaliar melhor essa situação”, disse o deputado.
Asdrúbal ficou de viajar às 5h30 deste sábado para Marabá, onde permanecerá pelo menos até domingo, dia da convenção de seu partido. Até lá – “até os 45 minutos do segundo tempo”, conforme comparou o próprio parlamentar -, as negociações vão continuar e envolverão, além da governadora Ana Júlia, o deputado Jader Barbalho, presidente regional do PMDB.
Por enquanto, Jader não disse sim, nem não às pretensões da governadora. Mas tem como critério objetivo o potencial de votos que transparecem das aferições pré-eleitorais que vêm sendo feitas. E as pesquisas dão Asdrúbal como muito bem colocado.
O deputado estima que até a noite deste sábado será possível definir um acordo em favor de uma ou outra candidatura. Do contrário, cada um para o seu rumo: Asdrúbal (PMDB), Bernadete (PT), João Salame (PPS) – com apoio do prefeito Tião Miranda – e Maurino Magalhães (PR) disputariam a Prefeitura de Marabá.
O perigo de julgar

Francesco Carnelutti foi um renomado advogado italiano (1869/1965). Uma de suas obras, "As Misérias do Processo Penal" (traduzida entre nós pelo também advogado José Antônio Cardinalli), revela-nos um pouco do seu espírito, cujo pensamento tentaremos delinear.
O título trata das mazelas do processo penal. Iniciou pela atuação da Imprensa; passou pelo uso da toga, das algemas e das celas; tratou dos encarcerados, dos advogados e da parcialidade do juiz; relatou a importância de se historiar os fatos e a vida do réu no processo; argumentou da temeridade referente às testemunhas e conclui pela idéia de que a ação penal não termina para o condenado com a saída do cárcere.
Dizia que o processo penal interessava à opinião pública porque os jornais ocupavam boa parte de suas páginas para a crônica dos delitos. Essa ocupação seria uma forma de diversão, porque se fugia da própria vida para ocupar-se com a dos outros: "a ocupação não é nunca tão intensa como quando a vida dos outros assume o aspecto do drama."
Afirmava que não havia forma de incivilidade maior do que a de considerar o homem como uma coisa, o que se dava comumente no processo penal. Sustentava que, para merecermos o título do homem civilizado, seria preciso derrubar a idéia segundo a qual somos diferentes daqueles que estavam encarcerados.
Entendia que a toga usada nas cortes de justiça se assemelhava às roupas militares, porque continha a idéia de divisa. Quem a usava, precisava "distinguir" sua autoridade daqueles sobre os quais esta seria exercida. Ao ver uma pessoa enjaulada numa corte de justiça da Itália, concluiu: "A solenidade, para não dizer a majestade, dos homens em toga se contrapõe a do homem na jaula".
Sustentava que o mais pobre de todos era o encarcerado. Recusava-se a chamá-los de delinqüentes depois que meditou sobre um dos sermões de Jesus Cristo, o qual incontáveis vezes citou brilhantemente em sua obra.
Sobre as algemas e as celas (chamadas de jaulas), disse que "são um símbolo do direito, e por isso revelam a natureza e a desventura do homem. O homem acorrentado é a verdade do homem; o direito não faz mais do que revelá-la. Cada um de nós está fechado em uma jaula que não se vê". E arrematou: "Não nos parecemos com os animais porque estamos na jaula, mas estamos na jaula porque nos parecemos com animais."
Quanto aos advogados, dizia que a experiência deles estava sob o signo da humilhação. Pesava-lhes o direito de pedir quando, na verdade, não se deveria solicitar aquilo que se tem o direito de ter. Afirmou que a soberba é o verdadeiro obstáculo a essa suplica. Escreveu por isso que a advocacia seria um "exercício espiritualmente salutar". Ensinou que o maior dos advogados "sabe não poder nada frente ao menor dos juízes."
Em relação à parcialidade do juiz, enunciava que a justiça humana seria uma justiça parcial, pois "a humanidade não é senão resolver-se na sua parcialidade". Desse modo, tudo o que se pode buscar é diminuir tal parcialidade e indagava: "Como pode fazer o juiz ser melhor daquilo que é?" Em resposta, preceituava que a única via do magistrado era a de sentir a própria miséria.
Indicava que no processo não se deve fazer apenas a história dos fatos, mas a história do homem, porque somente assim é que se conheceríamos o seu espírito.
Em atenção às testemunhas, firmava que os juristas as classificavam na categoria das provas, junto com o documento. Questionava se tal frieza era necessária, porque o documento é uma coisa e a testemunha é um homem "com seu corpo e com sua alma, com seus interesses e com as suas tentações, com as suas lembranças e com os seus esquecimentos, com sua coragem e com seu medo."
Por fim, argumentou que o encarcerado saído do cárcere acredita não ter mais essa condição, o que seria um engano, porque a sociedade fixa cada um de nós ao passado e exemplifica: "O rei, ainda quando, segundo o direito, não é mais rei, é sempre rei; e o devedor, porquanto tenha pago o seu débito, é sempre devedor."
O mestre italiano ainda postou outras idéias, entre as quais destacamos uma especial, não porque inusitada, mas pela capacidade de fazer refletir todos os operadores do direito: "O perigo mais grave é atribuir ao outro a nossa alma, ou seja, julgar aquilo que ele sentiu, compreendeu, quis, segundo aquilo que sentimos, compreendemos, queremos."
Roberto da Paixão Júnior é especialista em Direito do Estado
imcpaixao@superig.com.br
Motim abre portas para fuga no antigo Erec

Adolescentes infratores se amotinaram na noite de ontem no Espaço Crescer e Viver, local de acolhimento que substituiu o antigo Erec, no bairro do Marco. Um interno conseguiu fugir e um monitor teria sido agredido, conforme informações da polícia. A fuga, a exemplo das cerca de dez ocorridas desde a inauguração, em abril deste ano, teve como rota o telhado da Escola Estadual Paulino de Brito. Vizinhos do prédio realizavam uma festa junina e alegaram ter visto quando um adolescente fugia pelo telhado na unidade.
Foi a terceira fuga registrada este mês, de um total de pelo menos dez ocorrências semelhantes em pouco mais de dois meses de funcionamento. Homens da Ronda Tática-Ostensiva Metropolitana (Rotam), Companhia Especial de Polícia Assistencial (Ciepas), e 10ª Zpol, estiveram no local para vistoriar a Escola Paulino de Brito e realizar revista na unidade.
De acordo com informações do tenente Alberto, oficial interativo da 10ª Zpol, a fuga ocorreu por volta das 22 horas de ontem. A coordenação da unidade informou à polícia que apenas um adolescente havia fugido e até às 23 horas de ontem não havia a confirmação de recaptura.
Na saída da unidade, policiais que participaram da revista contaram que o motim ocorreu em apenas uma cela na qual estavam 15 internos. Os garotos teriam aproveitado um momento que estavam sendo recolhidos para a cela após uma atividade externa e agrediram um dos monitores. Um banco foi quebrado e a polícia teve que ser chamada para conter os adolescentes. A polícia não soube informa se foi nesse momento que o interno fugiu.
Na unidade, que é ligada a Fundação da Criança e do Adolescente do Pará (Funcap), ninguém quis falar com a imprensa.
Moradores da vizinhança estão revoltados e dizem que a alegação da Funcap de convivência pacífica não passa de promessas. 'Já perdi as contas que quantas fugam já ocorreram. Eu estava até estranhando, pois já tinha duas semanas que não ocorria nenhuma fuga', disse um morador que não quis se identificar.
Mais cinco bebês mortos na Santa Casa
Cinco corpos de recém-nascidos foram sepultados ontem pela Santa Casa de Misericórdia. Eles estavam no necrotério do hospital e, segundo as guias de sepultamento do Cemitério do Tapanã, os bebês teriam morrido na segunda-feira (23) e na terça-feira (24). Ontem pela manhã o promotor Ernestino Silva Pantoja, da Promotoria da Infância e Juventude, esteve no necrotério do hospital e constatou a situação, mas não havia informação precisa sobre as datas de falecimento, o que obrigou o promotor a notificar a Santa Casa a prestar informações detalhadas sobre as mortes de recém-nascidos ocorridas nesta semana, com data e hora. A suspeita é de que os bebês tenham morrido entre a segunda-feira (23) e a madrugada de ontem.
Segundo o promotor, havia outros 12 corpos de bebês no necrotério, mas tudo indica que as mortes não tenham relação com as que ocorreram no último final de semana. 'Os óbitos aconteceram entre os meses de abril e junho e de forma espaçada, por isso não podem ser relacionados com esse caso', informou. Ainda segundo o promotor, desses 12 corpos que estavam no necrotério ontem, sete são de abortos espontâneos, que os responsáveis não fizeram a retirada.
Os outros cinco bebês morreram nos últimos três meses. 'Pelo que foi constatado, eles ainda aguardam resultado de DNA', disse o promotor. Ainda assim o promotor garantiu que Ministério Público Estadual tomaria as medidas cabíveis. 'Nós oficiamos a direção do hospital para que nos informe se houve mortes de recém-nascidos esta semana e ainda um relatório detalhado sobre as datas dos demais óbitos que constatamos na visita ao necrotério', informou Pantoja.
No necrotério, o Promotor de Justiça também verificou denúncia de que o corpo de um bebê teria desaparecido do hospital, mas, conforme esclareu ontem a Santa Casa em nota, foi constatado que o que ocorreu foi uma falha de comunicação entre as famílias dos dois adolescentes pais do bebê, sendo que o corpo foi retirado pela avó paterna, que não teria se comunicado com avó materna, que também tentou retirar o corpo na quarta-feira.
O Ministério Público Federal também está acompanhando o caso, e prorrogou de quinta-feira (26) para ontem o prazo para que o hospital mandasse as informações dos prontuários das crianças que morreram no final de semana. O caso também está sendo acompanhado pelas comissões de saúde da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pará, da Assembléia Legislativa do Pará e pelo Sindicato dos Médicos do Pará.
Mais aqui.
Novo prazo para ambulantes saírem da Doca
O Ministério Público do Estado prorrogou por mais 30 dias o prazo para que todos os ambulantes e carros de lanche instalados na avenida Visconde de Souza Franco sejam removidos. A nova data ficou acertada durante a reunião entre as associações de lancheiros e as Secretarias de Urbanismo e Economia ontem, na sede do MPE em Belém. Na reunião, a proposta de construção de uma praça de alimentação a céu aberto para abrigar os vendedores em um terreno próximo ao local onde eles já estão instalados foi apresentada pela Seurb. Pelo projeto, todos os vendedores que atuam na avenida e que tiveram seus equipamentos removidos nas operações da prefeitura, em cumprimento ao código de postura municipal, serão beneficiados.
A situação do terreno, de 3,4 mil metros quadrados, localizado no final da avenida Visconde de Souza Franco (com entrada pela rua Rui Barata), é o único empecilho para o início das obras de construção da praça de alimentação. A Companhia Docas do Pará, proprietária do espaço, já se disponibilizou a fazer a permuta do local com a prefeitura, em troca de um trecho da rua Belém, que seria usado para a ampliação do terminal de cargas da CDP.
Mais aqui.
Quando o belo ganha a máscara da plástica

Pouco tempo atrás, a escritora americana Stacy Schiff desfrutava uma linda tarde ao lado de um amigo francês que visitava Nova York pela primeira vez. No fim do dia, porém, ele mostrou-se intrigado. Queria saber o que havia acontecido com as pessoas mais velhas na cidade. Seus rostos eram esticados demais, lustrosos demais. Em Paris, disse ele, os velhos pareciam velhos – e não havia nada de errado nisso. A idade do amigo francês de Stacy: 8 anos. Sim, até mesmo uma criança mais observadora pode perceber que algo de estranho vem ocorrendo. E não só em Nova York, é claro. Basta ir a shoppings e restaurantes de qualquer grande cidade brasileira, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, para deparar com pessoas de pele alaranjada (sessões de bronzeamento artificial podem dar esse efeito), maçãs do rosto salientes, testa estirada, lábios inflados e dentes branquíssimos, de uma alvura inexistente na natureza. É um contingente que, pelo jeito, tende a aumentar, graças aos avanços técnicos e ao barateamento dos procedimentos estéticos. Ficou mais fácil, enfim, fazer uma intervenção atrás da outra – e isso dá vazão à obsessão doentia pela manutenção da beleza e juventude. "O resultado dessa obsessão são bizarrices produzidas por falta de bom senso não só dos pacientes, como dos próprios médicos", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional São Paulo, João de Moraes Prado Neto.
Não há nada de errado em querer consertar uma falta de acabamento congênita, melhorar a silhueta castigada pelo excesso de comida e pelo sedentarismo ou atenuar as marcas do tempo. É uma forma perfeitamente compreensível e legítima de conservar (ou restaurar) a auto-estima. Um nariz menos adunco, uma ruguinha cancelada, uns quilinhos aspirados – e eis que a beleza deixa de ser apenas a promessa de felicidade, para citar a frase do escritor francês Stendhal. A questão é quando se exagera na dose. Tem-se aí uma patologia. Pessoas que não se cansam de encontrar defeitos ao espelho (na maioria das vezes, inexistentes) e, para corrigi-los, perseguem compulsivamente um padrão estético inatingível sofrem do que os médicos chamam de transtorno dismórfico corporal. Descrito em 1987 pela Associação Americana de Psiquiatria, o distúrbio, nos casos mais graves, causa ansiedade e depressão profundas – e pode levar a pessoa a deformar-se nas mãos de cirurgiões inescrupulosos.
Mais aqui.
A nova era dos nômades digitais
O travesseiro da universitária Cibele Lima, de 23 anos, vibra às 6h30 todas as manhãs. E não pára de tremer até que ela aperte uma tecla verde localizada debaixo dele. O confortável travesseiro de espuma não é a última novidade tecnológica do mercado. Tampouco tem alarme. Mas embaixo dele repousa um despertador especial: seu celular. Cibele não sabe explicar por que o coloca ali. Diz que se sente bem em tê-lo ao alcance das mãos. “Sinto por ele o mesmo que sentia por minha boneca favorita, que eu costumava levar para o berço”, diz. “Ele me dá segurança.”
O celular de Cibele fica ligado dia e noite. A bateria, segundo ela, acabou no máximo três vezes nos últimos 365 dias. Ficar sem ele é um sacrifício, diz Cibele. Ela ainda se lembra, em detalhes, do dia em que passou 12 horas longe de seu celular: “Era como se eu vivesse uma profunda crise de abstinência”. A jovem esqueceu o aparelho em casa. Só se deu conta quando já estava dentro do ônibus, a caminho da faculdade. Passou o dia sem falar com as pessoas. De vez em quando andava de um lado para o outro, vasculhava a bolsa. “Eu até ouvia ele tocar baixinho. Mas acho que era minha imaginação.”
Para Cibele, o celular é o objeto mais importante na vida. É mais valioso que seus documentos, que o relógio de pulso e até que sua câmera fotográfica. Ela não está sozinha: 18% dos brasileiros se sentem viciados em seus celulares, de acordo com a empresa de pesquisas Ipsos, num estudo divulgado com exclusividade por ÉPOCA. A taxa é superior à de vários países desenvolvidos. A pesquisa, realizada com 6 mil pessoas de todas as classes sociais, avalia o impacto da mobilidade no cotidiano. Ela replicou aqui um levantamento feito em cinco países da Europa: Reino Unido, Suécia, Espanha, Alemanha e França. As respostas às questões elaboradas pela London School of Economics and Political Science, o mais importante centro de pesquisas e debates políticos da Europa, mostram como o celular está modificando comportamentos da sociedade. Os brasileiros na faixa de 16 a 24 anos fazem 30% mais ligações e mandam 50% mais mensagens de texto que a geração de 45 a 59 anos. Entre as pessoas de meia-idade, 11% dizem que se sentem indesejadas se o celular não toca pelo menos uma vez por dia. Esse sentimento é relatado por 30% dos jovens. A média geral dos brasileiros é 22%. “Os jovens estão na ponta de um novo estilo de comportamento, que deve virar o padrão nas próximas décadas”, diz a socióloga americana Noelle Chesley, da Universidade Cambridge, que estuda como as gerações reagem diferentemente à tecnologia.
A principal característica da nova geração é sua mobilidade. A partir do momento em que não faz mais diferença estar em algum lugar para ter, a todo momento, acesso a serviços, pessoas ou informações, mudamos o jeito de nos relacionar com o espaço. O antropólogo James Katz, chefe do Departamento de Comunicação da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, compara os novos usuários de celular às tribos tuaregues que cruzam o Saara em cima de seus camelos. “Somos nômades modernos”, diz. A diferença, segundo ele, é que os tuaregues estão à procura de novas pastagens para o gado. E os nômades modernos estão em busca de novos espaços físicos para estudar, trabalhar e se relacionar.
Mais aqui.
Bolsa Família aplaca a fome, mas não acaba com a miséria
Os beneficiários do Bolsa Família afirmam que o programa os ajuda a consumir mais alimentos -especialmente açúcares- e não causou, na opinião dos favorecidos, o "efeito-preguiça", ou seja, o acomodamento do trabalhador por causa da renda garantida. Mas faltam programas que ajudem a superar a pobreza e diminuir a dependência dos recursos.
É o que mostra uma pesquisa coordenada pelo Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e feita pelo instituto Vox Populi com 5.000 beneficiários do Bolsa Família.
Nesta semana, o governo do presidente Lula anunciou um reajuste médio de 8% nos benefícios do Bolsa Família, o principal programa social da gestão petista. O valor médio pago pelo programa passa dos atuais R$ 78,70 para R$ 85.
Com financiamento da Finep (órgão de apoio à pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia), o objetivo principal do levantamento foi investigar o nível de segurança alimentar e nutricional dos favorecidos.
Os itens onde eles disseram mais gastar o dinheiro do Bolsa Família foram alimentação, material escolar e vestuário.
No quesito alimentação, o principal aumento foi no consumo de açúcares: 78% dos titulares disseram ter aumentado a compra de açúcar, sorvetes, gelatinas, bombons ou refrigerantes. Em seguida aparecem arroz, cereais e leite.
Mais aqui.
CNJ afasta juiz investigado por desvio de verbas em Manaus
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu afastar e instaurou processo administrativo disciplinar contra o juiz Celso Gióia, titular da Vara da Infância e da Juventude Criminal de Manaus (AM).
A decisão, inédita na Corte do Amazonas, saiu na terça-feira e é resultado de uma sindicância, aberta em janeiro, que investigou supostos crimes de venda de sentença, extorsão, falsificação de documentos, corrupção e desvio de recursos públicos, dentre outros.
Ontem, o advogado do juiz, Walter José Faiad de Moura, afirmou que o magistrado nega as acusações e disse que ele é vítima de perseguição. Segundo Moura, com a decisão do CNJ, o juiz está afastado das funções desde anteontem, mas continuará recebendo o salário de aproximadamente R$ 19 mil.
A sindicância que resultou no afastamento do juiz foi aberta após um empresário de Manaus denunciar ao Tribunal de Justiça uma suposta extorsão de R$ 120 mil feita pelo magistrado.
Mais aqui.
O tempo
O sol brilha forte neste sábado em quase todo o Pará. No norte e no noroeste do Estado o céu fica sempre com algumas nuvens e ocorrem pancadas de chuva ao longo do dia. Nas outras áreas uma grande massa de ar seco impede a ocorrência de chuva.
As previsões são da Climatempo.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Elton John - Daniel
Composição: Elton Johon
Daniel is travelling tonight on a plane
I can see the red tail lights heading for Spain
Oh and I can see Daniel waving goodbye
God it looks like Daniel, must be the clouds in my eyes
They say Spain is pretty though I've never been
Well Daniel says it's the best place that he's ever seen
Oh and he should know, he's been there enough
Lord I miss Daniel, oh I miss him so much
Daniel my brother you are older than me
Do you still feel the pain of the scars that won't heel
Your eyes have died but you see more than I
Daniel you're a star in the face of the sky
Daniel is travelling tonight on a plane
I can see the red tail lights heading for Spain
Oh and I can see Daniel waving goodbye
God it looks like Daniel, must be the clouds in my eyes
Oh God it looks like Daniel, must be the clouds in my eyes
Fonte: Letras.mus.br
(Para ver outras músicas disponíveis no blog, clique aí embaixo no marcado "Música")
Mais cinco bebês morrem na Santa Casa
Pelo menos mais cinco bebês morreram na maternidade da Santa Casa de Misericórdia, em Belém, nesta semana, segundo guias de sepultamentos do Cemitério do Tapanã. Dois morreram na segunda-feira (23) e três, na terça-feira (24). Todos foram enterrados nesta sexta-feira (27).
Outros 12 bebês morreram no fim de semana na mesma unidade de saúde, que é a maior maternidade pública do Pará.
O Ministério Público Federal prorrogou de ontem para hoje o prazo para que o hospital mande as informações dos prontuários das crianças que morreram no fim de semana. O caso também está sendo acompanhado pelo Ministério Público Estadual e pela Assembléia Legislativa.
A assessoria de imprensa da Santa Casa não confirma as últimas cinco mortes. Na terça-feira (24), a direção do hospital disse que as 12 mortes do fim de semana foram uma "fatalidade", já que houve casos gravíssimos em um curto espaço de tempo. Os médicos já haviam afirmado que o número é considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde.
Fonte: G1
"Ficha suja" será tema dominante no processo eleitoral
A questão do enfrentamento das campanhas de candidatos "ficha suja" será o grande debate das eleições municipais. A discussão foi levantada pelo promotor de Justiça de Minas Gerais, Edson de Rezende Castro, palestrante da última edição do curso de Direito Eleitoral, promovido pelo Ministério Público do Estado. A propaganda eleitoral, o processo de registro das candidaturas, as ações e investigações eleitorais estiveram entre os assuntos do debate.
O curso voltado aos promotores que atuam na fiscalização das eleições é o último momento de instrução do MP antes dos registros das candidaturas, com prazo de encerramento estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o dia 5 de julho.
O promotor de Justiça Frederico Oliveira, coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO) Constitucional, lembra que o MPE já implementou medidas estratégicas para garantir eleições democráticas e livres de irregularidades. Uma delas é o Disk-Denúncia Eleitoral, lançado em maio deste ano.
As denúncias podem ser feitas pelo número 4006-3679 ou no link disponível site www.mp.pa.gov.br. Em três meses de funcionamento já foram contabilizadas 60 denúncias. A população pode ligar para o número 4006-3679 ou denunciar por meio do site www.mp.pa.gov.br. A Região Metropolitana, com exceção da capital, soma 23% das denúncias, seguida de Belém com 20% e o nordeste paraense com 20%.
Na capital, o MP Eleitoral possui duas grandes comissões de fiscalização que trabalham antes, durante e depois dos pleitos. Um grupo é responsável pelas investigações eleitorais, como abuso de poder, compra de voto, eventuais crimes eleitorais, além de acompanhar o registro das candidaturas e oferecer as impugnações. A outra é a comissão de propaganda eleitoral, responsável pelas representações quanto a propagandas irregulares e fora do prazo.
Mais aqui.
Volta de jetom seria imoralidade à luz do dia. E da noite.
As razões são de somenos. As razões, neste caso, importam; mas importa mais, muito muito, o mérito da decisão concreta.
E a decisão de evitar-se o retorno do jetom remuneração devida a parlamentares que participam de convocações extraordinárias à Assembléia Legislativa protegeu a instituição de protagonizar uma das maiores imoralidades de que já se teve notícia na História do Legislativo no Pará.
Ainda bem que foi assim. Ainda bem que o jetom não voltará.
Espera-se, pelo menos, que não volte.
Fiúza quer poupar a UFPA de embaraços judiciais
O professor Alexa Fiúza de Mello, reitor da
Até aqui, a votação vinha sendo paritária, ou seja, o peso dos votos de docentes, técnicos administrativos e alunos era igual. Mas a Câmara de Legislação e Normas da UFPA, uma das instâncias do Conselho Superior Universitário o colegiado máximo da instituição já aprovou que, no próximo pleito para reitor, a consulta seja feita de acordo com a lei. Com a alteração, se confirmada, os docentes terão o peso proporcional de 70%, enquanto alunos e técnicos administrativos ficarão com o peso de apenas 15% cada.
O reitor diz, segundo o Quinta, "que nem em 2001, quando foi eleito pela primeira vez, nem em 2005, quando afastou-se do cargo três meses antes das eleições que o reelegeram, e das regras que a comandaram, Fiúza envolveu-se na elaboração das regras do regimento eleitoral".
O reitor ressalta que nenhuma regra eleitoral deve contrariar as disposições legais que regem a escolha dos reitores das universidades públicas, sob pena de contaminar todo o processo eleitoral de vícios que o exporiam, entre coisas, à anulação.
"Qualquer falha no regimento eleitoral pode anular o processo, como se tentou em 2001 na UFPA e recentemente, na última eleição da UFRGS [a Federal do Rio Grande do Sul]. O pior que pode acontecer é o esforço da comunidade ser anulado por um fato jurídico, o que desmoralizaria a UFPA", explica Fiúza.
As mudanças aprovadas pela Câmara ainda serão submetida ao próprio Consun.
Ao que parece, esse repentino "grave problema de saúde" da defesa é apenas um dos inúmeros estágios protelatórios que a dona justiça, paquidérmica, obesa mórbida, ágil como um bicho-preguiça , permite a quem necessita adiar ao máximo o final do processo e a sentença.
Um dia antes do julgamento marcado, o advogado dava entrevistas revoltado por que não teve aceitas suas tentativas de adiar o julgamento via suspeição do juiz.Não parecia estar sofrendo de grave moléstia, ao contrário.
Sua ausência, supõe-se, objetivava a não realização do julgamento naquele dia. Conseguiu.
Um dos próximos passos da escalada protelatória será, talvez, a manjada perícia para tentar provar que o assassino (confesso) é ou era maluco.
Podem esperar.
Infelizmente, a família da vítima, seus amigos e as pessoas de bem ainda vão sofrer muito até o julgamento. Recursos e recursos protelatórios ainda se oferecerão antes que o réu seja efetivamente condenado e cumpra o castigo duro e longo que merece.
Rezemos para que a família da vítima encontre a paz e o conforto espiritual que merecem.
EMOÇÃO
De Fernando Henrique Cardoso, emocionado ao abraçar dois amigos no velório de Ruth Cardoso: "Como vai ser minha vida agora? Dois filhos (Beatriz e Paulo Henrique) moram no Rio. Outra (Luciana) mora em Brasília...". O ex-presidente vivia com a mulher em SP.
PARA RUTH
O presidente Lula dará o nome de Ruth Cardoso à próxima universidade federal que inaugurará neste ano. Tudo indica que será a do ABC, onde Lula começou a carreira.
PRAXE ROMPIDA
Pela primeira vez em sua história, o STF (Supremo Tribunal Federal) fez, anteontem, um minuto de silêncio pela morte de uma personalidade, em homenagem a dona Ruth.
Priante ganha o apoio oficial do PRB
O partido tem no Pará, como presidente regional, o deputado estadual Roberto Santos, único representante da legenda na Assembléia Legislativa do Estado. Nacionalmente, a estrela máxima do PRB é o vice-presidente da República, José Alencar.
A convenção do PMDB que vai homologar a candidatura de Priante a prefeito será no ginásio do Sesc, na Doca. Por enquanto, o nome do candidato a vice na chapa peemedebista ainda não está definido. O PMDB ainda conversa com outros partidos que poderão, até segunda-feira, ser aliados seus na disputa eleitoral que se aproxima.
Barulheira insuportável, negócios auspiciosos
O drama vivido pela publicitária em Nazaré é o mesmo dos moradores de qualquer bairro da Região Metropolitana de Belém (RMB). Além da absurda poluição sonora, que azucrina os ouvidos e inferniza a vida, o disk silêncio simplesmente não funciona.
Teoricamente, morar em Nazaré deveria ser a certeza de estar distante de festas de aparelhagem e de conviver com vizinhos civilizados. Na prática, a teoria é outra. O que vemos é uma banalização sem precedentes da poluição sonora entre as classes mais abastadas.
Morar em qualquer lugar da RMB é um verdadeiro inferno. Opa! Tive uma idéia. Vou montar uma loja de janelas anti-ruídos. Caramba, vou ficar rico!
Nota 10 pela moralidade, zero pela Geografia
A lista relativa aos gestores paraenses apresenta um certo Ricardo Antônio de Barros Correia Bravo como tendo sido condenado na condição de ex-prefeito de Calçoene.
Mas Calçoene, como se sabe, nunca integrou o território paraense, uma vez que, como é amplamente sabido, fica no Amapá.
A relação também menciona um certo José Luciano Novais, apontado como prefeito municipal de Ipuriara, no Pará.
Ipuriara, município paraense? Onde? Cadê? O que é isso?
PPS oficializa candidatura de Jordy no domingo
A convenção deve referendar o nome do deputado estadual Arnaldo Jordy como candidato a prefeito de Belém e mais uma chapa completa de candidatos à Câmara Municipal.
Pará também pode ter dura lei contra o trabalho escravo
Cunha é relator de emenda constitucional proposta pela deputada Bernadete ten Caten (PT) que autoriza a expropriação de terras onde for detectada a ocorrência de trabalho escravo ou análogo e o cultivo de psicotrópicos. O parecer do pedetista, além de aceitar as justificativas e ser favorável à aprovação da PEC, é um reforço à luta da deputada e um verdadeiro libelo contra a escravidão.
Alguns trechos do parecer de Luís Cunha:
* O trabalho escravo fere a CLT e o disposto nas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), das quais o Brasil é signatário.
* O trabalho escravo também viola gravemente os direitos fundamentais elencados na Constituição Federal e na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Impõe-se ressaltar que o valor social do trabalho é fundamento do Estado Democrático Social de Direito.
*A Proposta de Emenda à Constituição apresentada pela deputada Bernadete Ten Caten vem ao encontro dos anseios da sociedade, como resposta à impunidade ao trabalho escravo no Brasil, e encontra total amparo no ordenamento jurídico brasileiro que, como um todo, protege e valoriza o trabalho, daí ser a escravidão um atentado aos princípios consagrados na Constituição Federal.
* Não resta dúvida quanto à necessidade de combate eficaz e efetivo ao trabalho escravo, visando a sua erradicação. Justifica-se plenamente, pois, a penalização econômica de tal empregador, uma vez que é manifesta a sua intenção de obter vantagem econômica com tão ignóbil forma de exploração.
* Sob a luz da Justiça e da Lei, o direito à vida e à dignidade da pessoa humana deve prevalecer sobre o direito ao lucro e à propriedade de quem pratica o gravíssimo crime de trabalho escravo. Claro que a expropriação não deve ser “automática”, nem por força de mero ato administrativo. Haverá processo judicial, com contraditório e ampla defesa (similar ao que prevê a Lei nº 8.257/91). Além disso, poderá o proprietário impugnar eventual decreto expropriatório por intermédio de ações judiciais autônomas (mandado de segurança, por exemplo), como é feito largamente nos casos de desapropriação para fins de reforma agrária.
* Temos claro que preservar a ordem constitucional é privilegiar a dignidade humana, os valores sociais do trabalho e a função social da propriedade. O Pará – malgrado sua triste fama de campeão de trabalho escravo – também tem ações positivas. Há mais de 30 anos a Justiça do Trabalho do Pará já condenava por trabalho escravo, o que reforça a posição de vanguarda no combate a essa chaga social.
* Em decisão de 09.12.1976, Vicente Malheiros da Fonseca foi o primeiro do País a proferir sentença condenando por trabalho escravo (Processo nº JCJ-A – 091/76) quando, como juiz substituto, na Presidência da então Junta de Conciliação e Julgamento de Abaetetuba, recebeu reclamação verbal formulada por um trabalhador rural contra empresa detentora de engenho de cana de açúcar, para o fabrico de cachaça. Ali o reclamante trabalhou, na lavoura, por muitos anos. Na época da instrução do processo, o juiz (hoje Desembargador Federal do Trabalho e ex-presidente do TRT 8ª Região) obteve informações dos vogais (antiga denominação dos juízes classistas), titular e suplente, representantes da classe dos trabalhadores. E incluiu na fundamentação da própria sentença o teor da conversa, pois ambos revelaram que tinham trabalhado também na condição de “financiados”. O conhecimento pessoal dos fatos acabou por ilustrar a decisão judicial, muito além dos limites restritos dos autos do processo. O TRT-8ª Região, por maioria de votos, confirmou a sentença, tendo prevalecido o voto do então Juiz Revisor, Dr. Roberto Araújo de Oliveira Santos, atualmente aposentado.
Mário Couto Filho anuncia apoio a Valéria e renuncia
Mário Couto, que se manifestou na tribuna da Câmara, falou há pouco com o blog por telefone. Disse que sua decisão é decorrência do rompimento do PTB e do PSDB, que decidiram – ou vão decidir oficialmente, nas convenções deste final de semana – caminhar separados nas eleições de outubro, o PTB apoiando a reeleição do prefeito Duciomar Costa, os tucanos aliando-se ao DEM da ex-vice-governadora.
O vereador ponderou que, como já decidiu apoiar Valéria, seria incoerência manter-se na liderança do partido na Câmara. Da mesma forma, seria eleitoralmente inviável concorrer pelo PTB a mais uma eleição e, ao mesmo tempo, pedir votos para Valéria Pires Franco.
Como não há mais tempo, pela legislação eleitoral, de filiar-se a um novo partido para disputar a eleição de outubro, Mário Couto também decidiu sacrificar suas próprias pretensões de eleger-se para um novo mandato e, em conseqüência, não será candidato, ele que foi o mais votado do PTB nas últimas eleições, com10.500 votos, e o sexto entre os 35 vereadores de Belém.
Filho do senador Mário Couto (PSDB), um dos primeiros a defender internamente, em seu partido, a aliança entre os tucanos e o DEM de Valéria, o vereador Mário Couto Filho disse ao blog que suas decisões de entregar a liderança do PTB e renunciar à sua candidatura não foram induzidas por qualquer tipo de pressão, seja do prefeito Duciomar Costa, seja do próprio partido ou da bancada.
“Minha decisão foi de caráter pessoal. Ninguém sabia. Apenas hoje é que eu decidi fazer o anúncio”, garantiu o vereador. Mário Couto Filho disse ainda que, até onde tem conhecimento, os outros vereadores petebistas na Câmara de Belém – Carlos Pina, Nadir Neves, Raimundo Castro, Salma Nassar, Victor Cunha e Walter Arbage – devem manter-se fiéis ao partido e, com isso, apoiarão a candidatura de Duciomar à reeleição.