O Pará está nas manchetes.
O tema é miséria, abandono, pobreza. Pobreza menstrual, inclusive, aquela que condena milhões de brasileiras a uma condição tal que não dispõem de meios sequer de adquirir absorventes higiênicos apropriados.
A Folha de S.Paulo estampa em sua primeira página desta terça-feira (15) a foto acima, chamada para matéria que ocupa a página B1 inteira, no caderno Cotidiano.
O jornal mandou ao Pará as repórteres Victoria Damasceno e Karime Xavier.
Elas assinam uma excelente reportagem mostrando que no município de Curralinho, na região da Ilha do Marajó, a pobreza é tão grande que muitas mulheres, quando chega a menstruação, são obrigadas a recorrer a pedaços de pano para garantir o mínimo de higiene íntima.
Curralinho, mostram as jornalistas, foi escolhida como o microcosmo humilhante dessa realidade porque está no Norte do Brasil, região em que 36% das mulheres já passaram por períodos em que não puderam comprar produtos de higiene menstrual. Em segundo lugar está o Nordeste, com 33%. Os dados são da pesquisa "Impacto da Pobreza Menstrual do Brasil", feita pela marca Always em parceria com a plataforma de pesquisa Toluna.
E pensar que estão vindo as eleições por aí, um momento único para que a demagogia se aproprie de discursos oportunistas ora para desviar o foco de realidades deploráveis, ora para iludir corações e mentes com promessas (impossíveis) de torná-las menos deploráveis.
Que horror!
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