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| Dorothy Stang: assassinato em 2005 volta a repercutir, agora na eleição da OAB no Pará |
O Comitê Dorothy, referência à missionária americana Dorothy Stang, assassinada no município paraense de Anapu, em 2005, aos 73 anos de idade, divulgou nesta segunda-feira (25), juntamente com várias outras entidades que lutam em defesa dos direitos humanos, uma abaixo-assinado em que repudiam a candidatura do advogado Eduardo Imbiriba à presidência da OAB do Pará.
Na eleição, que está marcada para 18 de novembro, Imbiriba encabeça a Chapa 10, que tem apoio da atual direção da Ordem. A chapa opositora, Vamos Mudar a OAB, tem como candidato a presidente Sávio Barreto e candidata e vice, Brenda Araújo.
No julgamento dos envolvidos no assassinato, Imbiriba atuou na defesa do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de mandar matar a missionária. Condenado a 30 anos, ele está em prisão domiciliar desde 2015.
"A postura do sr. Eduardo Imbiriba, neste rumoroso caso, foi muito além dos limites delineados pela ética na advocacia, chegando às raias de praticar ações inescrupulosas, buscando incessantemente o silêncio de alguns acusados com ameaças veladas, tudo para proteger os poderosos, nunca ou quase sempre não escolhidos pelo sistema penal. Algo que agride frontalmente os critérios e a noção de humanidade e dignidade, que a todos cabe preservar", diz a nota das entidades.
Leia a seguir a íntegra da nota.
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O Comitê Dorothy, as entidades abaixo assinadas, ligadas à luta em defesa dos direitos humanos, repudiam publicamente a candidatura do Sr. Eduardo Imbiriba ao cargo de presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB PA).
A sociedade paraense, a comunidade dos direitos humanos no Brasil e o mundo inteiro tomaram conhecimento da postura inescrupulosa deste advogado durante o julgamento dos assassinos e do intermediário da execução de Dorothy Stang, missionária covardemente assassinada aos 73 anos em Anapu.
As cenas de deboche e escárnio, vistas por todos no documentário produzido pela Discovery Channel e testemunhadas, em Belém, neste caso que chocou e comoveu o planeta, são por si só reveladoras do caráter deste homem, que agora pleiteia a presidência de uma das mais importantes entidades do País na defesa do estado de direito.
Nada contra a atuação do advogado na defesa dos réus, por fim condenados pelo assassinato covarde. Todos têm direito a ampla defesa, qualquer que seja o crime porventura cometido. O direito de defesa é um pressuposto democrático. Todavia, na democracia existem regras a serem respeitadas. Não se pode defender, quem quer que seja, sob o custo indigno de ameaças veladas, de silêncios comprados, ou até de versões criadas para proteger os poderosos/mandantes e simplesmente jogar na fogueira os mais fracos.
A postura do sr. Eduardo Imbiriba, neste rumoroso caso, foi muito além dos limites delineados pela ética na advocacia, chegando às raias de praticar ações inescrupulosas, buscando incessantemente o silêncio de alguns acusados com ameaças veladas, tudo para proteger os poderosos, nunca ou quase sempre não escolhidos pelo sistema penal. Algo que agride frontalmente os critérios e a noção de humanidade e dignidade, que a todos cabe preservar.
Tudo isso, fartamente demonstrado em imagens, documentos e depoimentos que traduzem o modo indigno de agir deste senhor e ainda mais indigno do cargo que postula, sendo a OAB PA uma entidade reconhecida pela importância na luta pela liberdade e pela legalidade.
Rechaçar definitivamente essa candidatura, que fere todos os princípios que defendemos, as leis pelas quais lutamos, a humanidade por que tanto batalhamos, é um dever de honra.
As novas gerações talvez desconheçam quem de fato é e do que é capaz Eduardo Imbiriba. Mas o livro da História não se apaga com sofismas e malabarismos da realidade, práticas recorrentes deste senhor. A verdade permanece cristalina, ao alcance de todos os cidadãos, e nós temos o dever de revelá-la, nem que seja por esta manifestação de repúdio.
Belém, 25 de outubro de 2021.
* COMITÊ DOROTHY
* IRMÃS DE NOTRE DAME DE NAMUR
* MOVIMENTO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS SEM TERRA – MST
* CENTRO ALTERNATIVO DE CULTURA - CAC
* COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPT
* SOCIEDADE PARAENSE DE DEFESA DE DIREITOS HUMANOS - SDDH
* MOVIMENTO DOS/AS ATINGIDOS/AS POR BARRAGENS - MAB
* MOVIMENTO XINGU VIVO PARA SEMPRE
* COLETIVO DE MULHERES DO XINGU
* MOVIMENTO AFRODESCENDENTES DO PARÁ - MOCAMBO - Núcleo Tomé Açu.
* MOVIMENTO DE MULHERES DO CAMPO E DA CIDADE - MMCC Ver menos
2 comentários:
Isto é uma vergonha. Dizem que respeitam o direito de defesa e que todos devem tê-lo, mas se o advogado se empenha por seu cliente, está agindo de forma anti-ética. Ou seja, todos possuem direito à defesa, mas aqueles que consideram culpados não devem ter muita defesa, não com muito empenho .Querem nos fazer retroagir à idade média, onde o advogado podia também ser responsabilizado pelos crimes de que eram acusados seus clientes.
Nenhum advogado que se preze pode concordar com tal disparate. Não à toa, nenhum advogado assina a nota.
O advogado quando contratado para defender uma causa tem por obrigação mostrar a verdade e esta foi mostrada muito bem pelo Dr. Imbiriba o resto é intriga da oposição.
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