Não tenhamos preconceito contra o ódio, gente.
Aprendamos a amar o ódio.
Aprendamos a cultivar amorosamente o nojo.
Devemos amar ter ódio ao que não presta.
Devemos amar ter nojo ao que é nefasto, perverso, tenebroso, atroz, horroroso.
Devemos amar ter ódio e nojo às ditaduras.
A qualquer ditadura - de esquerda, de direita, de que lado for.
A cada 31 de março, quando se recorda, com ódio e nojo, a implantação no Brasil, em 1964, de uma ditadura que se estenderia por 20 anos, lembro-me comovido desse discurso de Ulysses Guimarães, proferido durante o ato solene e histórico de promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.
Lembro-me comovido de ter visto, ao vivo e em cores, o então presidente da Câmara Constituinte dizer isto (ouçam no vídeo): "Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania, onde quer que ela desgrace homens e nações, principalmente na América Latina".
Obrigado, Doutor Ulysses, por me ensinar a amar o ódio e o nojo a muitas coisas.
Inclusive às ditaduras, ao fascimo, ao negacionismo, ao fanatismo e aos preconceitos.
Amemos odiar o que não presta!
Amemos odiar o que fede!
Amemos odiar o que desfigura, corrompe, desvirtua e contamina a democracia!
Tenhamos amor ao ódio.
Amemos odiar, quando o amor ao ódio for necessário para construirmos sociedades mais justas e democráticas.
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