sexta-feira, 19 de maio de 2017
Temer vai renunciar. Do contrário, será "renunciado".
Temer, ao contrário do esperado por todo mundo, não renunciou, como deveria fazer.
Mas vai renunciar. E não demora muito.
Temer, parece, ainda não dimensionou o tamanho da crise em que o País submergiu depois das revelações de que ele teria estimulado o pagamento do silêncio de dois criminosos - o ex-deputado Eduardo Conha e o doleiro Lúcio Funaro.
Temer, parece, ainda não se deu conta de que, a menos que o sertão vire mar e o mar vire sertão, dificilmente conseguirá manter o mínimo de parlamentares em sua base aliada, capazes de dar sustentação a seu governo.
Temer, tudo indica, preferiu fazer uma encenação de que resistirá no cargo apenas para ver qual a reserva de cacife de que ainda dispõe.
Mas seu cacife é praticamente nenhum.
O DEM, pela voz de seu seu líder no Senado, Ronaldo Caiado (GO), já debandou do governo e vai apoiar o afastamento do presidente através do processo do impeachment.
O PSDB, até o final da noite desta quinta-feira (22), está propenso a ter uma conversa com o presidente, mas isso deve ser também apenas uma encenação de momento, porque logo em seguida os tucanos devem pular fora do barco.
O ministro da Cultura, Roberto Freire, já se exonerou do cargo - uma atitude digna, aliás -, porque não vislumbra no governo a que pertencia condições de morais e políticas de comandar os destinos do País neste momento.
Esse é o cenário que se esboça.
Quando Temer se der conta dele, renunciará.
Se não o fizer, será renunciado. Ou afastado pelo processo de impeachment.
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