segunda-feira, 22 de maio de 2017

Temer ouviu delinquências por 40 minutos. O que fez?


Há pelo menos uma – apenas uma – e principal, exponencial razão que soterra completamente a versão do presidente da República de que não teria incorrido em grave deslize ético na conversa de quase 40 minutos que travou, no final da noite, com o empresário Joesley Batista no aconchego do Palácio do Jaburu.
A razão é esta: à primeira menção de Batista sobre o pagamento de propinas, Temer deveria ter mandado que ele se retirasse da residência oficial.
Mas não.
O presidente da República Federativa do Brasil ouviu pacientemente, por 40 minutos, um empresário ousado relatar delinquências que incluíram o pagamento de propinas para comprar personagens de diversos fazeres na República.
Sabem aquela frase – “Tem que manter isso, viu?” – que indicaria o estímulo de Temer para que Joesley continuasse a despender um agrado que alimentaria o silencia de Eduardo Cunha, que continua preso em Curitiba?
Pelo contexto da conversa, é até possível que o presidente tenha estimulado Joesley não a continuar pagando propina a Cunha, mas que continuasse mantendo um bom relacionamento com o ao ex-deputado do PMDB.
É até possível isso.
Mas, se foi isso mesmo, Temer, de qualquer forma, estava estimulando Joesley a manter relacionamento com um, digamos assim, elemento perigosíssimo, já condenado em primeira instância e na iminência de sofrer várias outras condenações.
Mas, todavia, entretanto, contudo, Temer acha que sua conversa com um cidadão do caráter de Joesley Batista foi, digamos assim, inteiramente republicana.
E que não deve renunciar à Presidência da República.

Que coisa assustadora!

Um comentário:

Anônimo disse...

Perfeito, correto e ponto final.
Exceto....se for alguns "entes e/ou santidades, heróis e deuses" que podem tudo, sabem de quem refiro, o salvador do mundo como nunca se viu nestepaís....

então, FORA TODOS!!!
Ladrões!!! Todos!