É preciso esperar a conclusão das investigações
para definirem-se culpados e inocentes no caso dessa chacina horrenda na fazenda
Santa Lúcia, em Paul D'Arco?
Claro que é.
Mas, independentemente da conclusão das
investigações, há fatos que saltam aos olhos, não é? E contra fatos ninguém
pode brigar. Assim é não apenas no jornalismo, mas na vida.
E os fatos são os seguintes:
1. Nenhum - ou nem um, se vocês quiserem -
policial sofreu sequer um arranhão, a não ser, talvez, os provocados pelo
desbravamento de caminhos em áreas de mata, à procura de outras pessoas que
estavam na fazenda. A polícia do Pará já entra para a história como umas das
que possuem a melhor pontaria e melhor sabem se esquivar das balas, a
comprovar-se, é claro, que houve um tiroteio no local.
2. A remoção dos corpos da fazenda é outro fato
dos mais contundentes, que configuram uma chacina e exigem o propósito de ocultar
os rastros de provas.
3. Há vítimas que foram atingidas pelas costas.
Também há registro de que pelo menos uma pessoa foi atingida no coração. Duas
vezes.
4. A alegação apresentada por alguns segmentos,
de que a polícia não poderia chegar com flores ao local, porque vários dos
mandados de prisão relacionavam-se a pessoas de alta periculosidade, com
antecedentes criminais, é risível. Porque é fato que boas policiais sempre
devem utilizar técnicas e instrumentos que lhes permitam capturar elementos
perigosos vivos, pra não dizer vivíssimos, para fazê-los cumprir as
penas por seus crimes ou para ajudar a própria polícia a desvendar novos crimes
e novos criminosos.
Questões como essas, repita-se, são factuais. E
esclarecê-las sem senões, sem lacunas e sem obscuridades será essencial para
individualizar as responsabilidades criminais dos 29 policiais (21 militares e
oito civis) que participaram da operação em Pau D'Arco e no momento se
encontram afastados de suas funções.
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