terça-feira, 27 de setembro de 2016

Agressões revelam a "ditadura das vontades" individuais


Um espetáculo - chocante, degradante e emblemático destes tempos em que vivemos - o incidente que envolveu o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e um cidadão, à saída de um restaurante no Rio, no último final de semana.
Olhem as imagens do vídeo.
Reparem no teor da "discussão", ou melhor, no teor e no sentido dos impropérios de parte a parte.
Quem começou?
Quem pronunciou o primeiro "pilantra", "bandido", "safado", "facistinha", "ladrão" e adjetivos correlatos?
Lindbergh, em nota, já disse que não foi ele. E afirma que algumas imagens foram montadas, para dar a impressão de que ele foi agressor, e não o agredido.
O cidadão, se falar - se é que já não falou por aí - dirá também que não foi ele quem começou as ditas "baixarias".
Resumo da ópera: chegamos a um momento em que a divergência, que em tese dá vitalidade à democracia, toma um caminho que pode ser letal.
Literalmente letal.
Isso é democracia, meus caros?
Estamos mesmo numa democracia?

Ou estamos sob o império de uma certa "ditadura de vontades", em que todo mundo se julga o repositório único, exclusivo e insubstituível de todas as verdades, com isso achando-se no direito de ofender os outros que divergem da gente?

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