No Amazônia
Um pequeno grupo de trabalhadores Rurais vinculados ao Movimento Sem-Terra (MST), que invadiu o prédio da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), na manhã de ontem, só deve deixar o local hoje pela manhã. A maioria dos integrantes, porém, deixou o prédio após ser definido que no próximo dia 21 deste mês haverá uma reunião entre o movimento e representantes do Governo do Estado, na sede do Centro Integrado de Governo (CIG), no bairro de Nazaré, em Belém. A ocupação da Sagri visa forçar o governo a criar uma mesa de negociação para atender uma série de reivindicações como a liberação de terras para a criação de assentamentos, além de ações de saúde e de educação. O grupo chegou ao prédio da Sagri por volta do meio-dia, depois de caminhar pela avenida Almirante Barroso saindo da praça Magalhães Barata, em São Brás. A manifestação também faz parte de uma mobilização nacional, que desde ontem promoveu a ocupação de vários prédios públicos com o objetivo de discutir a reforma agrária.
O último encontro entre os trabalhadores rurais e o governo foi em 15 de abril, quando foram aprovadas uma série de medidas referentes à estruturação dos assentamentos. No entanto, o coordenador do movimento no Pará, Ulisses Manassas, alega que os direcionamentos não foram efetivados. "Os problemas que precisam ser atendidos envolvem vários órgãos e não iremos sair daqui até sermos ouvidos por todos", afirmou durante a ocupação. O movimento cobra uma rodada de negociação com as secretarias estaduais de Saúde e Educação, o Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater).
"Esperamos que o Iterpa reconheça as terras ocupadas, que são comprovadamente públicas, e queremos melhorias estruturais nas áreas assentadas e capacitação dos produtores", argumentou. Ele reforçou que os tópicos foram discutidos na última reunião, mas não foram concretizados após seis meses. A manifestação reuniu representantes de Castanhal, Capitão Poço, Irituia, Acará, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará e Santa Luzia. Segundo Manassas, só nessas áreas há sete acampamentos aguardando regularização e seis assentamentos que precisam de investimentos.
Ainda durante a manhã, os manifestantes foram recebidos pelo diretor de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal, Paulo Amazonas Pedroso. "Eles não trouxeram uma pauta definida, vieram cobrar os mesmos itens debatidos em abril, que dependiam de ações do próprio movimento para se desenrolar", explicou Pedroso.
De acordo com o diretor, algumas medidas exigiam que o movimento fornecesse cadastro de famílias, levantamento das terras produtivas e das sementes necessárias, entre outros dados que ainda não haviam sido fornecidos. Segundo Pedroso, após conversa com os trabalhadores foi marcada uma reunião no CIG, na próxima segunda-feira, dia 21, às 11h, para que o movimento apresente suas exigências aos representantes do governo.
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