quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Eles e a censura. Eles, a privacidade e as biografias.


Vejam aí.
O vídeo está na internet desde ontem à noite.
No início desta madrugada, já tinha 3,3 mil acessos.
Nele aparecem Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Gilberto Gil.
Condestáveis da Associação Procure Saber, tentam desfazer a impressão geral de que não estão almejando e defendendo a censura prévia, quando se mostram favoráveis ao veto a biografias não autorizadas.
Ouçam-nos.
E muito do que eles dizem é contestável.
Facilmente contestável.
Confiram.

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"Passamos a vida inteira a falar de amor e do amor, e nem por isso somos experts sobre o assunto"
Claro, Roberto. Ninguém questiona os seus versos de amor e do amor. Biografias não envolvem debates sobre isso. Têm a ver com informação, com história, com memória. Tem a ver com pessoas públicas, falem elas ou não de amor e do amor.

"Quando nos sentimos invadidos, julgamos que temos o direito de nos preservar e de certa forma preservar a todos a todos que de alguma maneira não têm, como nós temos, o acesso à mídia, ao Judiciário, aos formadores de opinião".
Mas, Gil, se vocês, artistas, têm acesso à mídia, ao Judiciário, aos formadores de opinião, qual o problema de buscarem a mídia, os formadores de opinião e, last but not least, o Judiciário para buscar reparações por eventuais danos morais que lhes vierem a ser impingidos? Qual o problema?

"Julgamos ter o direito de saber o que de privado, de particular existe em cada um de nós, nas nossas vidas"
Roberto, você é uma pessoa pública. É uma celebridade nacional. Você perdeu a sua privacidade? É claro que não. Mas se é verdade que, muitíssimas vezes, a fronteira entre o privado e o público de  uma celebridade como você é quase imperceptível, caberá às instâncias apropriadas torná-la perceptível, caso você se julgue ofendido. É assim que funciona.

"Nunca quisemos exercer qualquer censura"
Há divergências, Gil. Há muitas divergências.

"Se nos sentirmos ultrajados, temos o dever de buscar nossos direitos"
Claro, Erasmo. Claro. É exatamente isso. Se você e seus parceiros do Procure Saber tivessem isso por princípio, vocês nem estavam fazendo essa campanha favorável ao veto a biografias não autorizadas.

"Não negamos que esta vontade de evitar a exposição da intimidade, da nossa dor ou da dor dos que nos são caros, em dado momento nos tem levado em dado momento a assumir uma posição mais radical"
Viva, Roberto! Viva! Ainda bem que você, honestamente, reconhece isso. É radical, é censória a posição desse grupo Procure Saber.

"Queremos afastar toda e qualquer possibilidade de censura prévia"
Que assim seja, Gil.

2 comentários:

Anônimo disse...

Tudo papo furado! Um bando de camaleões!

Anônimo disse...

Nada a ver mesmo.
Estão, todos, se desdizendo.
E tentando fingir que "não é censura".
Viva a biografia sem fiscal!!!