terça-feira, 22 de março de 2011

Os primeiros sinais do Governo Jatene para os jovens

Por LEOPOLDO VIEIRA, do Juventude em Pauta

Passados três meses, já podemos fazer algumas avaliações do governo do Pará, de Simão Jatene, do PSDB, na área de juventude.
Temos, sem dúvida, uma ótima notícia vinda do IDESP, sob chefia de Adelina Bia Braglia: ela já deu ordem para sistematizar os dados que existem sobre jovens no estado, para criar um documento-base para desenvolver o Perfil da Juventude Paraense, que pode ser base tanto para um plano estadual de juventude como para outras políticas públicas a serem continuadas, ampliadas, aperfeiçoadas ou de safra nova. Ciência para isso é fundamental e nesta seara, o compromisso assumido pela "Bia" no início de 2011 já foi sucedido do começo dos trabalhos.
Por outro lado, embora criticada como nepotismo, é boa a notícia de que a professora Isabela Jatene assumiu o Pro-Paz e será uma espécie de "gerentona" das políticas públicas voltadas aos jovens. No que se refere ao programa em si, o tempo dirá, mas seu papel na criação do Cojuepa, o espírito democrático demonstrado no primeiro governo de seu pai, onde cumpriu o mesmo papel, são auspiciosos.
Entretanto, outras coisas preocupam.
O governo, incusive dentro do programa de perguntas e respostas para o público, via twitter, não respondeu se vai dar continuidade ao convênio com o ProJovem Urbano (onde se inclui o projeto-piloto para o qual o Pará foi escolhido de uma versão "prisional" do mesmo), que encerra em abril, podendo acabar com a aceleração de escolaridade, combate da distorção idade/série e qualificação profissional para dezenas de milhares de jovens, num dos gargalos da juventude brasileira, especialmente a de baixa renda.
Depois, o programa Bolsa-Trabalho, maior vitrine da política social do governo Ana Júlia, está com os pagamentos das bolsas atrasados desde dezembro, minando seus possíveis resultados e a credibilidade da iniciativa perante os jovens e suas famílias e comunidades.
Por fim, o governo solicitou ao Ministério da Justiça que transforme a verba destinada a construir o "presídio para jovens", acabando com a lógica de "universidade do crime", para construir três presídios normais, quando 70% da população carcerária do estado é juvenil. Ou seja, despreza toda a política voltada a recuperar e dar novas oportunidades a essa juventude, que de fato, pode se reinserir na sociedade, cultura e economia.

Com a palavra, a nova Coordenadoria de Juventude
Esses, para o bem e para o mal, são desafios para serem tratados por Raimundo Rodrigues, então presidente da JPSDB/PA, agora nomeado a Coordenador de Promoção dos Direitos da Juventude, da SEJUDH, que vai precisar mostrar sua competência e habilidade política para coordenar também a II Conferência Nacional de Juventude e dar legalidade, legitimidade e condições aos trabalhos do Cojuepa, com mandato expirado a completar três anos.
Quanto ao Cojuepa, a maioria das juventudes partidárias, com representação social e institucional, impediram um golpe no fim do ano passado, com apoio de ampla parcela dos movimentos, organizações e entidades juvenis. Feito isso, selaram um grande acordo, que incluiu também a JPSDB sobre os passos seguintes a serem dados no Conselho. Ou seja: o cavalo passa celado, carregando o queijo e a faca...
Clique para ver o acordo firmado pela JPT, JPSDB, JS/PDT, JPV e JPR

3 comentários:

Anônimo disse...

Análise ponderada.
Gostei.
Qualifica o debate que os jovens tem que fazer sem maniqueísmos.

Anônimo disse...

Bemerguy,

Conheci o Leopoldo ainda garoto, quando frequentávamos o mesmo grupo junto com a mãe dele e outros amigos comuns jornalistas que sonhavam o mesmo sonho, mesmo com muitos debates de idéias pelo meio e pensamentos diferentes que animavam os nossos encontros.
Tenho acompanhado o seu surgimento como liderança política jovem, entusiasmado e, às vezes, irrequieto, o que é natural para o seu tempo; mas sempre buscando com firmeza defender as suas idéias. Ao longo desses últimos tempos vejo nas suas reflexões e na boa escrita, o seu amadurecimento profissional.
Mesmo não concordando de todo com os muitos de seus pensamentos que tenho lido, faço esse registro por uma questão de justiça a um jovem que vai a busca do seu espaço num mundo cada dia mais competitivo e, por vezes, desigual.

Orly Bezerra

Anônimo disse...

A Ideia de não mais construir o Presidio, para jovens, é do incompetente Secretaio de Segurança, Luiz Fernades.Um retroceso. Pobre Pará.
João Pedro