O deputado Zé Geraldo (PT) voltou ao ringue.
E voltou baixando o sarrafo.
“O Parsifal é um pau-mandado do Jader Barbalho na Assembleia”, disse o petista ao blog, por telefone, ao ressaltar que o líder da bancada do PMDB, deputado Parsifal Pontes, obedeceu a inspirações meramente eleitoreiras ao apresentar emenda substitutiva que reserva R$ 186 milhões para serem distribuídos a todos os municípios do Pará, caso o Legislativo aprove o empréstimo de R$ 366 milhões que o governo Ana Júlia pretende contrair junto ao BNDES. Zé Geraldo classificou ainda de “indecente” a proposta do parlamentar peemedebista. O blog tentou por duas vezes ouvir o líder do PMDB, a primeira no final da tarde, a segunda no início da noite de ontem, mas não conseguiu.
Para Zé Geraldo, continua evidente a intenção da bancada do PMDB de manter em banho-maria os projetos de empréstimo que tramitam na Assembleia, inclusive o de R$ 366 milhões. “Acredito que o PMDB adota mais uma posição para continuar atrasando esse empréstimo, para que realmente passe abril, passe maio e muitos desses recursos demorem a ser viabilizados, para que isso não venha a fortalecer o governo e o PT na disputa eleitoral. Isto está muito claro. Não somos marinheiros de primeira viagem e temos a maior tranqüilidade para interpretar esse posicionamento do Parsifal e do PMDB”, disse Zé Geraldo por telefone.
Na avaliação do petista, o PMDB já estaria percebendo que a sociedade começa a cobrar a aprovação do empréstimo, mas mesmo assim os peemedebistas insistem em inviabilizar a votação em plenário.
“Acho que o Parsifal está no lugar errado. Está pensando que ele é o governo. E ele é de um partido aliado. O PMDB já governou o Pará. No dia em que o PMDB governar de novo, então ele vai dar a destinação dos recursos. A governadora já está fazendo a entrega de R$ 150 milhões aos municípios do Pará, para todos os prefeitos, inclusive do PSDB e do PMDB”, disse o deputado do PT. Esses recursos, segundo ele, foram obtidos junto ao Banco da Amazônia.
Zé Geraldo reforçou sua convicção de que o substitutivo é “inexequível” e fez carga contra o líder da bancada peemedebista. “É evidente que o PMDB continua com a intenção de inviabilizar o empréstimo, na medida em que apresenta uma proposta indecente como essa que o Parsifal está apresentando. Aliás, acho que o Parsifal está mostrando que não é um político competente, um parlamentar competente. E já demonstrou isso quando foi prefeito de Turucuí por várias vezes. Um município rico, que tinha muito dinheiro. E na verdade esses recursos nunca foram bem aplicados”, acusou.
Indagado se prevê que a apresentação do substitutivo pode criar embaraços para a tentativa de recompor a aliança com o PMDB, depois da visita que a governadora Ana Júlia fez ao deputado Jader Barbalho, Zé Geraldo disse que uma coisa são as composições políticas, outra coisa o processo parlamentar.
“Acredito que o PT e o governo já tiveram paciência demais, como tenho dito e volto a afirmar. Já demonstraram que querem o PMDB como aliado numa chapa ampla. Porque o desejo do PT é construir uma chapa ampla, com PMDB, PTB, PR e demais partidos. Mas essa é uma questão da composição partidária. O empréstimo tem que ser tratado de forma separada das disputas políticas, no âmbito parlamentar e no sentido de que esses recursos pertencem ao povo. São recursos que o Estado perdeu com a crise e já deveriam ter sido aplicados. Mas estão se misturando as coisas na Assembleia Legislativa. É isso que o PMDB não está entendendo. E eu acho que o PMDB está se desgastando com essa posição porque todos os atores políticos no Estado começam a se sintonizar, começam a conhecer o que está acontecendo na Assembleia, até porque é a única Assembleia do Brasil que resolveu se posicionar dessa forma. Aliás, nem o Congresso Nacional, onde já tivemos atrasos na votação do orçamento, mas nunca tivemos uma situação dessa natureza”, disse Zé Geraldo.
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